sábado, 18 de fevereiro de 2012

Obsequium


A submissão tem as suas coisas giras, ou pelo menos deve ter já que nunca foi algo que me agradou particularmente.
Ser submissa é algo que nunca, e acredito que aqui a palavra, pode e deve ser utilizada sem receio, terá a ver comigo porque pura e simplesmente sou demasiado dominadora para o ser.
E nada aqui tem a ver com conotações de sexo, já que aí de vez em quando até pode ser uma situação agradável.
Falo das relações do dia-a-dia...no trabalho, nas relações… entre pais e filhos… faz-me confusão a submissão que se sente…porque penso que como seres pensantes que somos temos todos direito a estar em igual patamar.
Verdade que eu tenho uma costela de dominadora…e isso sente-se porque instintivamente assumo lugar de chefia em qualquer empresa que entre para trabalhar… nas relações de amizade o mesmo acontece mas nunca me coloquei no lugar de dominar…não gosto!
Não gosto de submissos… dos que chamo “bonecos do vidro traseiro” que passam a vida a abanar a cabeça consoante os movimentos que se possa sentir na estrada…
Gosto que me deem luta…que me façam dar a volta…pensar na resposta.
Adoro as lutas rápidas de palavras, do toma lá, dá cá… das discussões amigáveis…dos debates… dos argumentos.
Mais sinto que os verdadeiros dominadores não gostam de se mostrar como tal, rondam… estudam…os que se gabam aos 4 ventos que o são? São aqueles que se derretem com uma palavra mais ríspida de comando… que se arrepiam com um leve roçar de chicote…
Assumo gosto dos que não fazem publicidade…dos que sabem o que dizem…dos que me agarram e a quem eu permito que me prendam as mãos nas costas… porque sei que não existe jogo de controlo… existe entrega. Partilha...troca de conhecimento.
Não sou capaz de trabalhar com quem não tem capacidade de liderança, sei que nem todos os podemos ter mas enerva-me sobremaneira quando vêm ter comigo com a voz tremida e me perguntam se podem fazer… se devem avançar… sem iniciativa… é fácil ser assim os custos dos erros nunca recaem em cima de nós. Despertam em mim instintos violentos…apetece-me abana-los até lhes fazer chocalhar os dentes dentro do crânio…
O mesmo se passa nas relações, não gosto dos mornos…prefiro os frios…os excessivamente quentes…que não perguntam se posso ou se quero mas que se apresentam a mim mesmo sabendo que podem levar com um não de resposta. Gosto que lutem pelo que querem e se for a mim que querem, exijo que o demostrem.
Cansa-me esta geração semi apática…dos não te importas…dos desculpa se incomodo…do por favor gosta de mim…
Desejo ver o fogo da vontade nos olhos de quem me rodeia…porque passa por mim e não vejo… se não vejo não os quero… contínuo sozinha… no trabalho…na amizade…no amor!
E depois admiram-se quando respondo a pergunta:
“Porque contínuas sozinha?”
Com um “Tenho mau-feitio”
Será que tenho?
Namasté

18 comentários:

Autora de Sonhos disse...

...pensei que tinha escrito isto no teu blog, afinal foste tu.
Podia ter sido eu....

L'Enfant Terrible disse...

O radicalismo, a personalidade forte, o mostrar que se sabe o que se quer tantas vezes faz com que quem assim seja roce a arrogância e depois, por isso, quem assim é acaba por se arrepender, porque rapidamente cai no exagero, ou fazem-na crer que assim caiu. De outra forma arriscar, mostrar, é difícil, porque raramente se têm certezas então guarda-se, entra-se em silêncio, espera-se pela próxima jogado do outro, para talvez um dia se efectuar a jogada, dia esse que se vai adiando porque nunca se sabe ao certo quando é o momento oportuno.

Pretty in Pink disse...

Miminho para ti no meu meu blog :)

Beijinho*

R disse...

Quem sente e idealiza assim, quando se une com alguém, une-se de forma avassaladora. Assim sinto, também... Se não me olham de forma ardente, pouco me cativa a proveniência do ohar...

Beijos e Namasté

Anónimo disse...

Não me parece que tenhas mau feitio!
És uma pessoa decidida e determinada! Mas com um coração do tamanho do mundo! Uma pessoa generosa e amiga! Que sabe o que quer e que não se conforma com o "assim-assim", com o morno, com o "mais ou menos"! Mas sabes? É preferível ser assim do que viver meias vidas, meio zombies, que se conformam e que não vivem, apenas passam pela vida!
Beijos grandes,
Olgam

oguardador disse...

o olhar é desarmante... :)

Paula disse...

Autora,

Adoro quando consigo deixar reconhecimento em quem me lê.

Beijo

Paula disse...

L'Enfant,

Não pudemos viver sempre com receio do que vão achar ou pensar...temos de assumir o que somos... e ter orgulho nisso.

Beijo

Paula disse...

Pretty,

Obrigada adoro mimos já lá passo.

Beijo

Paula disse...

Eros,

Bem-vindo antes de mais e obrigada pela leitura em pouco disseste tudo.

Beijos

Paula disse...

Olga,

Conheces-me suficientemente bem para saberes que muitas vezes amizade que sinto não colmata o facto de ser terrível quando me chega a mostarda ao nariz.

Beijos

Paula disse...

Guardador,

O olhar diz tudo quando se quer.

Beijo

Rafeiro Perfumado disse...

"Gosto" particularmente das pessoas que se acham capazes de dominar. É algo inato, e não vai lá com "vontade" de. Com que então a menina tem costelas dessas... Beijocas!

Paula disse...

Rafeiro,

Nem tu imaginas as costelas que eu tenho... essa é de facto uma das dominantes.

Beijinho

Unknown disse...

Verdade, hoje em dia quando se fala em submissão parece que automaticamente nos lembramos logo do sexo. Mas pensando melhor, as muçulmanas são submissas aos seus maridos do mesmo modo que os muçulmanos se submetem ao seu ídolo pagão lunar de Meca. A própria palavra islão significa literalmente submissão a Alá. Lol, ok, estou a fugir do assunto (acusaram-me de fugir dos assuntos num outro blogue, mas para quê continuar uma conversa se um fala de alhos e outro quer falar de bugalhos?)...

Paula disse...

Fire,

A verdade é que as conversas são como as cerejas... começa-se a falar de uma coisa e quando vamos a ver já estamos a falar de outra.
E aqui como sabes podes falar de tudo

Pulha Garcia disse...

Não me parece que tenhas mau feitio. Parece-me sim cada um de nós dá apenas o seu melhor. Bastard kiss.

Paula disse...

Pulha,

E quando assim é a nada mais é obrigado.

Beijos