segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A mudança dos tempos

Hoje dei por mim a pensar até onde começa a mudança dos tempos e acaba o que supostamente é correcto.
A verdade é que eventualmente acabamos todos por fazer algo, contrário ao que nos diz a nossa vontade porque não queremos fugir ao evoluir dos tempos… porque queremos não nos sentir retrogradas. Eventualmente o preço a pagar é alto de mais… e o que se tira disso é muito menor do que deveria.
Vejamos por exemplo o caso dos casais de namorados hoje em dia, um dos factos mais que provados é que antigamente se faziam muito mais coisas que agora, aliás o ditado “o fruto proibido é o mais apetecido” assenta aqui que nem uma luva, hoje é tudo mais as claras, sem supervisão, sem conta ou sem medida.
Não quero com isso dizer que sou a favor do que era antigamente, sou contra qualquer tipo de castração, mas por um lado há que ter em consciência que certas libertações não trouxeram assim tantos benefícios como isso.
As coisas não têm de ser lineais, a história de homem dar sempre o primeiro passo, ou ser o que paga o jantar, ou mesmo o facto de se saber quantas saídas tem de haver antes do primeiro beijo… da primeira entrega não são contabilizáveis… não existe tabelas nem datas. Para mim existe momentos em que existe vontade, desejo… Qualquer coisa que torna o momento propício e único para isso. Como em tudo aplica-se aqui a regra do “quando um não quer dois não dançam” e quando existe vontade do casal não tem de haver regras politicamente correctas para o concretizar.
Mesmo pensando assim, e penso! Não estou a seguir nenhuma regra de pensamento modernaça a verdade é que a pergunta que coloco várias vezes é esta:
Ø  Até que ponto, estas mudanças de pensamento não alteraram irremediavelmente as coisas ao ponto de ter deixado de existir da parte dos homens o trabalho da conquista?
Eu falo por mim, gosto de ser conquistada, assim como gosto de conquistar, mas mais que isso gosto de sentir que existe da parte da pessoa que esta comigo, um interesse de o querer de facto.
Sentir que tem de haver da minha parte uma espécie de mendigar por atenção, não só me deixa frustrada como me entristece profundamente.
E se para completar o ramalhete ainda ouço do outro lado algo como “se eu não vier ter contigo, tu não ias ter comigo!” faz-me literalmente arrebentar a bolha da paciência.
Sou gaja com tudo o que isso possa significar… gaja não, sou mais uma espécie de Sra. Gaja , que significa basicamente que não tenho os ataques caracteristicamente associados a nenhum TPM, que não tenho ataques de ciúmes assoberbados, que não fico com ataques de alergia porque ele não me liga de volta e muito menos fico com problemas de consciência porque digo literalmente os meus desejos… as minhas vontades… no entanto tenho o reverse da moeda… gosto de ser namorada… no aspecto de gostar que me abram a porta do carro, que paguem o jantar e principalmente que procurem a minha companhia, que me façam a corte (palavra bastante antiga mas que explica tudo) e não que estejam a espera que a faça eu.
Posso dizer sem apelo nem agravo que quando quero algo vou atrás dele, se me apetece alguém, luto pelo que quero, seja ele satisfazer um capricho momentâneo ou algo mais duradouro, mas luto de forma diferente… Demonstrando que quero, que estou aqui… mas que para terem tem de haver esforço da outra parte.
E principalmente não coloco a carroça a frente dos bois e sinceramente não tenho paciência para quem o faz.
Concordo que tudo na vida é uma carta fechada, e os relacionamentos mais que qualquer outra coisa é inevitavelmente, e são precisas tentativas, experiencias, mergulhos de cabeça para saber até que ponto estamos certos do que sentimos, e mesmo assim temos enganos e baldadas de água fria.
E foi com isto que dei por mim a pensar, quando esta tarde fui dar uma caminhada, que me ajudasse a libertar a mente, a aclarar ideias:
Se as pessoas não fazem esforços, não lutam para estar com alguém a quem supostamente dizem ser a companhia com quem se vêem para o resto da vida, se o facto de se deslocarem até ela requer um esforço sobrenatural, porque preferiam ficar no sossego do seu espaço e ser a outra a ir… porque se antes de a conquistarem esse mesmo esforço era visto como um prazer… até que ponto a medida que avança esse mesmo relacionamento não se instala a rotina e a ideia do “está conquistada nada mais tenho de a fazer para a manter”…
Porque podem existir muitas certezas na vida, mas a que alguém está garantido não é uma delas… pelo menos não no meu caso.
Nada dou como garantido e eu não estou muito seguramente garantida a ninguém…

4 comentários:

tilida5ever design disse...

O jantar tem de pagar...

Isabell Culen disse...

São essas experiências e baldadas de água fria que nos tornam quem somos.
Quando somos jovenzinhos, tudo parece cor de rosa e agimos por instinto e vontade, e somos reias e sinceros.
Depois de todos os mergulhos de cabeça damos por nós como calculistas, e agimos depois de medir tudo bem medido, a profundidade do mergulho, a temperatura da água, a cor, etc.

Nós somos a soma das nossas experiencias. Mas se pudesse mandaria a carta fechada para a antártida!

Paula disse...

Tilida,
Não é algo que seja obrigatorio... o que me chateia é serem rigorosos numa coisa e não em outras.

Paula disse...

Isabel,
Passar por experiencias ajuda-nos a crescer e a evoluir... mas aceitar que existem regras que não devem ser quebradas é muitas vezes mais forte que nós.
Um conselho? Gosta sempre mais de ti... e depois de ti e a seguir de ti... só depois divide esse amor com outros.

Beijinhos