quinta-feira, 31 de março de 2011

Senti...

Pode ser uma frase ou uma sensação cliché… uma pequena tentativa de retirar a boca de baixo de água e respirar profundamente até ficar tonta com a quantidade de oxigénio que inunda os pulmões, mas a verdade é que quando sentimos o calor do sol bater-nos no rosto… quando a sua luminosidade num invade pela pestanas cerradas… tudo parece muito mais simples.
Mesmo eu que sou uma apaixonada pelo frio… pelo Inverno… que adoro o som de uma noite de tempestade, sinto falta deste toque quente que nos deixa entorpecidos… e com um sorriso idiota na cara a ponto de nos deixar felizes com tudo e com todos.
Hoje fechei por 5 minutos a loja, aproveitei a visita de uma ex-colega e sai… senti na pele o sol da tarde… nesta maravilhosa terra que me acolheu de braços abertos…
No segundo que tive de olhos fechados tal qual gata em fim de tarde morna… dei por mim a pensar:
“Não! Os problemas não desaparecem como varridos pelo vento em noite mais agreste de tempestade … não me sinto menos cansada… menos preocupada…
Posso até continuar meio egoísta! Um pouco carente!
Mantenho a revolta que sinto quando vejo meia dúzia de imberbes a destruir o meu país!
Mas por agora… pelo menos enquanto o corpo reage, reconhece e abraça a sensação familiar do calor do sol tudo parece mais suportável… mais fácil de carregar!”
Impressionante como um pouco de luz deste astro que nos faz companhia há tanto tempo consegue varrer os cantos escuros da nossa mente e nos deixa mais livres. Menos cinzentos…
Com uma maior capacidade de digerir os problemas e classifica-los como importantes… necessários… e aqueles que nem vale a pena pensar neles sob risco de ter de ir ao supermercado comprar tinta para o cabelo (embora agora com as tintas em espuma e tal tenhamos o trabalho facilitado).
Por isso bem-vindo Astro Rei… já sei que apenas vens em visita… que ainda nos espera algum frio… um pouco de chuva… uma pitada de céu cinzento!
Mas pelo menos sabemos que o teu reinado esta para breve e isso só me pode deixar mais leve… mais fresca… e tão mais segura de que as coisas estão más… más não péssimas… mas vão melhorar… de costas ou de barriga não interessa o que interessa e que vou levar isto a bom porto, e nada nem ninguém me vai impedir! Podem até atrasar… aceito… mas impedir e deixar-me em dúvida...

“AH! QUEREM uma luz melhor que
a do Sol!
Querem prados mais verdes do que estes!
Querem flores mais belas do que estas
que vejo!
A mim este Sol, estes prados, estas flores contentam-me.
Mas, se acaso me descontentam,
O que quero é um sol mais sol
que o Sol,
O que quero é prados mais prados
que estes prados,
O que quero é flores mais estas flores
que estas flores -
Tudo mais ideal do que é do mesmo modo e da mesma maneira!
Alberto Caeiro.”

Eu não vou deixar!

8 comentários:

Isabell Culen disse...

O teu post hoje foi o meu sol.

Beijinhos.

M. disse...

Eu também não...

lol

Há pequenos momentos deliciosos...

Paula disse...

Isabell,

Se iluminou o teu dia já é uma mais valia
beijinho

Paula disse...

M.
Mais me convenço que são os pequenos prazeres que dão cor a vida.
Momentos unicos... com sabor a paixão pelo que realmente conta

Patife disse...

Olha... "Afinal o que importa é não ter medo. Fechar os olhos frente ao precipício e cair verticalmente no vício". ;)

M. disse...

Nada sem eles. Ou então...o insuportável:)

Paula disse...

Sr. Patife,

Muito bem vindo ao meu cantinho... sim sem dúvida as vezes é preciso respirar fundo e cair no vacuo.

:)

Paula disse...

M.
È sempre preciso tirar pequenos prazeres em tudo.
Senão para que viver a vida?