Não é a primeira vez que dou por mim a pensar em destino, eu sei que não sou muito boa da cabeça e que num dia destes devia estar a pensar em creme solar, banhos de mar e surfistas… mas a verdade é que esse tipo de pensamentos nunca foi dos meus predilectos e por isso vou ocupando a cabeça com pensamentos utópicos muito similares á teoria do ovo e da galinha que por mais que se pergunta não se obtêm resposta!
Em menina sempre gostei daquela cantilena do bem-me-quer… malmequer era capaz de passar horas… depenando as pobres flores… pernas cruzadas na soleira da porta da casa do meu avô nisso… e tudo servia para isso… Margaridas, Rosas, Flor da batata… não me interessava… desde de que tivesse pétalas e desse para as retirar uma a uma eu tinha o dia ganho!
Hoje mais adulta e definitivamente mais louca não posso deixar de associar isso a certas situações na vida… que acontecem sem darmos conta…incontroláveis aos nossos desejos ou vontades de que sejam diferentes.
Esta semana especialmente sou assaltada continuamente com perguntas surreais, sem razão aparente que tenho a certeza não haver resposta e que nem por isso me deixo de questionar no porque!
Crescemos a ouvir continuamente palestras sobre o livre arbítrio… desde da 1º comunhão, às aulas de religião e moral lá estava a palavra cara… com significado complexo que serve para justificar tudo o que não tem justificação e para explicar o que não se consegue explicar…
Aliás se formos a ver dá jeito o uso desta alternativa:
Porque são as crianças mal tratadas e não se faz nada para isso? Porque o Homem tem livre arbítrio nas escolhas…
Porque não existe tanta falsidade no mundo? Porque temos livre arbítrio para escolher não ser e não o fazemos…
Porque não vais para o c@ralho com justificações vãs e frases elaboradas e vazias de sentimentos? Porque tenho livre arbítrio de escolher e não ir… claro que ai posso sempre rematar ai tens? Então olha vai para a coisa da tua tia! (moda do norte implementada claro está)
O que ninguém nos diz é que isso do livre arbítrio é mais embrulho que consistência… as coisas não acontecem porque as escolhemos ou porque temos liberdade para o fazer… as coisas acontecem ponto e ou temos capacidade de lhes dar a volta ou não!
Mais se as escolhas fossem feitas no conteúdo e não no pacote… se não pensássemos ora devia ir por ali mas o caminho tem tanta pedra e o outro está tão limpinho… que fazer? … Se não baseássemos diariamente as nossas decisões no bem-me-quer, malmequer da vida adulta… onde aqui consiste:
O que o vizinho vai pensar,
O que vou ganhar com isso,
Que benefícios tenho,
Como fazer e ganhar mais com o menos esforço possível…
Se usássemos o coração em harmonia com a cabeça salpicado a gosto com a intuição as escolhas não seriam mais correctas nem mais fáceis… mas seriam bem mais reais!
Porque o injusto disto não é as dificuldades que imperam na vida de uns versus as facilidades que existem nas dos outros… não o injusto é saber que muito do que acontece… acontece porque alguém resolve minuto sim… minuto não depenar uma flor para decidir a vida… a sua e a dos outros…
Porque se fossemos uma ilha…. Aí sim as decisões que tomamos influenciaria apenas a nossa vida… e eu gostava de ver depois as pessoas terem consciência dos seus actos e assumirem…
(É depois admiro-me de ter dores de cabeça de bradar aos céus)
Bem-me-quer… malmequer… com bem-me-quer vou-me casar… com malmequer amaldiçoar!
Está lindo isto está!
Namasté!
14 comentários:
Quanto mais se pensa, menos se faz, quanto mais se gosta, menos lógica têm as coisas, as variáveis são infinitas, mas se usares a variável que não rala, vive, deixa viver, mas vive, pensa, quando tiveres de pensar, beija, quando tiveres de ser beijada, mas não penses, porque tudo na vida, tem o seu momento, e não existe pior momento que um beijo pensado e falado.. Resumidamente, pensa o que quiseres, mas não penses quando beijas..
Anónimo,
A verdade está no facto de hoje em dia tudo ser pensado de uma forma fria... calculista.
Por isso os beijos não nos tiram o fôlego nem nos deixam com falta de ar...
Alguns pelo menos… porque beijos são dos poucos que não se pensam… e são óptimos quando nos roubam minutos a realidade!
=)
:-) Também fazia isso em criança.... e passava dias a fio nisso :-)
pois é, o livre arbítrio....e porke será ke há pessoas ke escolhem sempre o caminho mais dificil, gosto por sofrer? karma? isto quando não se pensa no que o vizinho vai achar.... mas como essa decisão pode afectar negativamente o outro? o "colocarmo-nos na pele do outro"?
mas é como dizia Pessoa: "pedras no caminho? um dia faço um castelo"
bjs
OlgaM
Olga,
Essas são as que pensam em si e nas consequencias antes de agir...
Não te arrependas disso... a ilha assim fica sempre mais colorida...
Beijinhos
Às vezes pensar demais faz mal...mas não pensar também :)
Nokas,
É o chamado pau de dois bicos
=)
vale a pena pensar sempre nas consequências de cada acto. ao nos relacionarmos com os outros, ao planearmos uma actividade para nós próprios (da escolha de uma profissão, à de umas férias, ou à da - tantas vezes subestimada - refeição). mas todos os pensamentos que surgem na decisão não deveriam levar ao sofrimento... quando o fazem eu tento relativizar as coisas lembrando que daqui a 50 anos já cá não estarei, diminuindo de imediato a importância do que pode estar a ser um problema...
António,
Fosse simples assim e a vida seria tão mais fácil...
Certas coisas não nos conseguimos abstrair... e nem podemos!
=)
claro que não é fácil, Utena. mas a repetição trás a melhoria. a repetição da tentativa de relativizar vai tendo cada vez mais eficácia com o tempo... não quer isto dizer que nos consigamos abstrair... mas, melhorando progressivamente, pode ser que um dia lá se chegue...
António,
Estou espantada... encaraste a utopia como uma força palpavel?
=)
hehe. acho que a Utopia é possível. aliás, acho que a vontade consegue quase tudo (o que não esbarra com as leis da física... e mesmo essas, veremos... um dia...).
António,
Nada é impossivel na vida desde de que acredites em ti!
=)
Isso lembrou-me aquela frase: Pensar enlouquece, pensa nisso!
Mary,
Sem dúvida que sim...
Mas existem loucuras tão boas
Enviar um comentário