segunda-feira, 25 de julho de 2011

É bom saber que certas coisas não mudam...





Finalmente…
É verdade que a água estava um gelo mas o reencontro da minha pele com o salgado do mar fez-me sentir renascida como já a algum tempo não me sentia.
Ontem lá cumpri eu o que tinha previsto no sábado e rumei em direcção á praia para umas horas de “lanzeira” total e completa enchendo a alma e o corpo com as carícias do sol e o refrescante toque do mar.
Pelos vistos São Pedro cansou-se de brincar com as rodas do tempo e deu-nos um descanso este fim-de-semana e mesmo tendo-me deitado tarde e acordado com uma vontade louca de me manter enroscada entre lençóis lá me levantei desejosa de transferir a “calanzisse” de um mar de lençóis para uma cama de areia.
Por isso lá preparei a toalha e os cremes da praxe… abasteci-me de água, fruta e uma bela “sandoca” e rumei em direcção á beira-mar com os pais a tiracolo que a praia faz bem a alma de novos e velhos e eles também andam a precisar.
Soube bem a manhã… deu para descomprimir… rir e chegar á conclusão que certas coisas simplesmente não mudam por mais tentativa que exista para educar as pessoas…
Temos os pais “extremosos” que levam os filhos para a praia as 12 horas da manha e que fingem que lhe passam creme onde nem uma t’shirt e colocada e muito menos um chapéu… envoltos na ideia que as crianças vão para a água e que por si só se mantêm frescos e não há perigo.
Os pais “pacientes” que gritam com as crianças de 5 em 5 segundos…ou porque se sujam de areia, ou porque os molham…ou porque querem ir á agua… ou porque pura e simplesmente estão a ser crianças e passam a semana sem ter a atenção do pai e da mãe e na praia onde podem dar asas a sua infância são constantemente castrados porque quem devia ter tempo para eles quer ler… bronzear-se ou fingir que não os teve.
Temos os que vão apenas ver as vistas e que se deixam ficar quase como que camuflados pela areia…
Os a quem chamamos telejornais que falam alto de tudo e de todos seja ao telefone ou com quem têm do lado como se fosse muito importante as barbaridades que lhes sai da boca…
E depois temos as chamadas aves raras… como a que apanhei ontem que estava literalmente a depilar as virilhas com uma pinça…
E os engraçados que resolvem mergulhar de chapa espalhando água em todas as direcções não se preocupando em quem tenta entrar no mar sem terminar o dia a fazer xixi em cubos de gelo…
De tudo tinha saudades… até de me ouvir reclamar com as mães que levantam a voz e a mão aos filhos perguntando suficientemente alto para que possam ouvir se vou ter de aquecer as palmas das minhas mãos na cara de alguém…
Mas faz parte este ambiente na praia… as culturas e as personalidades… os finos e os pseudo finos misturados com a suposta ralé… com os chamados pés de chinelo…
Adoro estes ambientes onde as conversas embora diferentes são todas muito comuns entre si…onde não importa se um tem um biquíni da La Perla e o outro do continente… se um bebe água Perrier e outro do El Cano porque na praia todos vão ao mesmo…
Ver as vistas… dar nas vistas…ou simplesmente apreciar as vistas.
Eu vou simplesmente desligar de tudo o que me entra pelas vistas e pelo cérebro a dentro e ficar assim a ouvir conversa que não lembra ao diabo a ver modelitos que assustariam o diabo, a pensar comigo mesma… ano sai e ano entra e as coisas mantêm-se sempre fiéis a si mesmas…
E isso é que torna a praia única… louca está certo mas única!
Já agora o sol estava simpático… o ar de lula começa finalmente a sair e o dia de aniversário da mãe correu muito bem cheio de flores de risadas e de prendas que valem a pena… aquelas lembranças que enchem o coração e dão posteriormente lugar às memorias…
Namasté

8 comentários:

Anónimo disse...

Belo retrato da praia... também me aborreço com as conversas em voz muito alta quer estejam ao telefone ou a falar com alguém que está mesmo ao lado, os que gritam com os filhos, os que não querem saber.... mas tens razão faz parte do ritual que é ir à praia... e lá desligo do mundo (se os vizinhos de toalha permitirem :-) só sentindo aquele quentinho do sol invadir o corpo como uma manta muito quentinha e ficar ali não pensando em nada..... apenas sentindo o sol e desfrutando a maresia...
Tão bom......
Eu ainda não me livrei do ar de lula, mas estou a tratar disso :-)
beijos grandes amorinha =)
OlgaM

Pulha Garcia disse...

Prefiro praias em silêncio. Sou capaz de fazer muitos kms e caminhar o que for preciso para estar no areal em silêncio e de preferência sozinho.

Anabela Prates disse...

Gostei do teu dia, fez-me sorrir e sentir saudades de um momento desses.

Beijo

Paula disse...

Olga,

Certas coisas só se aceitam na praia... e se não existir até sentimos falta...
Mas outras vezes só precisamos de estar nós, o sol e o mar...
Beijinhos minha lula mais linda.

Paula disse...

Pulha,

Um dia levas-me contigo?
Prometo ficar quietinha e caladinha

Paula disse...

Clara,

Certas coisas são sempre comuns...

Beijinhos sorridentes

Anónimo disse...

Sim, claro, fora da praia algumas dessas situações seriam intoleráveis...
Mas sabes que no meio daquela confusão toda de conversas e pessoas, acabo por ficar sozinha, com a minha música e um livro ou simplesmente a olhar o mar... e sabe tão bem :-)
Beijos,quase ex-lula :-P
OlgaM

Paula disse...

Olga,

Sei bem como é... somos parecidas em muitas coisas essa é apenas mais uma.

Beijinho Ken Lee