Estou de volta, pelo menos por hoje já que amanha tenho o meu intervalo #3 (que me andam a saber que nem gingas), e aproveito o meu lado mais relaxado (ou não) para escrever sobre algo que me tem estado na cabeça já á alguns dias.
O chamado “darmos algo por adquirido” que para mim nada mais é que “dormir na forma”.
Concordo que existem muitas alturas em que não nos apetece fazer um cú, verdade que temos alturas que a força de vontade parece que emigrou para a Patagónia e ficou lá a fazer fita enquanto toca guitarra e diz “daqui não saio daqui ninguém me tira” mas isto deveria ser a regra e não a excepção.
Eu mesma já houve diversas vezes que me fiz de “esquerda” e passei o dia inteiro a “anhar” no trabalho, limitando-me a mudar papéis do sítio enquanto olhava de 5 em 5 minutos para o relógio… é normal acontecer… embora no dia seguinte tivesse de correr atrás do prejuízo… Mas em certas alturas mas vale mesmo deitar a toalha ao chão pois quanto mais tentamos fazer mais desfazemos.
E quando falo nisso refiro-me a tudo, da relação que temos com o trabalho às relações pessoais.
No entanto tenho muita dificuldade em lidar com o desleixe que se impõe nas pessoas quando assumem algo como adquirido e intransmissível, sempre tive em ideia que nada é garantido e sempre lutei pelo meu lugar na sociedade todos os dias e com igual força e vontade.
Nunca entendi, fosse o caso de ser chefe, fosse o caso de ser colega, a tendência que as pessoas tem para se tornarem de profissionais qualificados e esforçados a “empata-f@das” assim que assinam um contracto ou passam a efectivos… faz-me alergia ver o esforço que fazem para não fazerem aquilo que lhes compete porque não lhes apetece, ou pura e simplesmente porque decidiram após uma assinatura que vale o que vale e que neste caso é nada, que são mal pagos para o serviço ou que fazem mais do que aquilo que lhes compete.
Comigo era pontapé no rabo na hora e por isso posso até assumir aqui, arriscando-me a ser queimada viva (nada que não esteja habituada) que está mais que na hora das leis laborais serem revistas pois muitas vezes prejudica-se quem é bom porque se esta agarrado pelos tomates a quem não vale um peido.
A vontade que me dá de enfiar uma bolacha na cara dos tipos que estão a frente dos sindicatos é tanta que às vezes até sinto comichão nas mãos. Mas pronto isso é outros 500.
Voltando ao tema do texto nunca fui uma chefe amada e verdade seja dita nem colega, porque nunca deixei de defender os interesses do patrão de igual forma que defendo os dos funcionários, e se antes de fazer parte dos quadros, fazemos e acontecemos e só lhes falta em certos casos colocar o belo do rabo a jeito e se quando assinamos concordamos com o trabalho e com a remuneração então depois não temos o direito de reclamar uma coisa ou outra… mais desde de quando é que conhecimento ocupa lugar? Numa empresa onde entro faço aliás questão de conhecer o procedimento de trabalho do porteiro ao patrão… permite-me se menos fazer o meu serviço de uma forma mais rigorosa e muito mais rápida. E se depois disso e depois de se provar com trabalho e não com graxa que somos uma mais-valia para todos e a remuneração não é a mais justa… aí sim! Metam os pés á parede mas não descuidando o brio profissional e façam como eu… batam com a porta!
E não me venham falar em crise, dificuldades e afins porque ao serem maus funcionários estão a colocar em risco o vosso sustento e o sustento de quem não tem culpa nenhuma de lidar com quem tem pouca vergonha na cara.
Metam na cabeça antes de tudo que o patrão não vive sem o funcionário mas definitivamente o funcionário não vive sem o patrão, e investir nos dias que correm em postos de trabalho ao custo que fica um funcionário e não colocar o dinheiro a render enquanto se vive de rendimentos é de louvar.
Lembrem-se que este é um ano de mudanças e depois quando as vacas gordas vierem e elas vão vir meus amigos mais anos menos anos… vão se safar os bons porque nas calamidades e nas dificuldades é que se separa o trigo do joio e neste caso os bons dos medíocres…
Namasté!
10 comentários:
É pena que não sejam todos a pensar como tu...
Nokas,
Não queria que pensassem todos como eu mas apenas que dessem valor ao que têm, aos outros e a vida.
=)
Já ficava feliz e ia ser tão mais fácil a convivência pelo menos em certos aspectos =P
Ai ken leee saudades de falar contigo :-)
Pois, grande verdade... a maioria do pessoal quando fica efetivo passa o dia a engonhar e não faz nada.. aliás até mesmo quando não é efetivo... parece mesmo não ter receio de perder o sustento... eu bem sei o que é trabalhar, mesmo penando, porque precisava de sustento! claro que há dias que a preguiça ataca, lol, mas temos de fazer o possivel para a combater :-)
Beijos grandes,
OlgaM
Olga,
Sei isso muito bem amiga do meu coração porque passamos juntas parte desse episódio na tua vida... mas "anhavamos" muitas vezes também...
E dançávamos tanto e trabalhávamos muito... e passamos belos momentos...
Beijinhos amiga linda
Onde trabalho não sou chefe mas entendo ambas as partes. Consigo me colocar em ambas as posições e é bem verdade o que dizes, nenhum vive sem o outro. No entanto com o decorrer dos anos comecei a prestar mais atenção aos chefes do que antes. Cada vez é mais facil para mim ver com clareza os que são competentes para a função, os assim-assim, os péssimos e até aqueles que cairam ali de pára-quedas, via compadrio, e acredita que as empresas que caem na falência devem-se essencialmente a quem está no topo da pirâmide e não pelos que estão na base.
Outro assunto: Nunca te disseram que o fundo preto no blog dificulta e esforça a leitura, no sentido de se perder a concentração no que se está a ler? :) Eu li isto há dias num site e cada vez mais concordo, e visto que és uma blogger de posts longos tal como eu, seria um caso um caso a pensar o brincar com as cores só numa de experimentar? :)
O tema é delicado mas acho que soubeste expor o caso muito bem!
Quem é que já não se encostou num dia só porque não apetecia fazer nada? Há dias que acordamos e não nos apetece fazer nada... o mau é esses dias serem todos os dias, algo está mal!
Os contratos, na fase como se encontra Portugal, é um achado e há pessoas que não os aproveitam, fazem como tu disseste e bem...
Relação Patrão/Chefe com os restantes funcionários tem muito que se diga, acho que o que interessa e o que é mais importante é a sinceridade, mesmo que isto às vezes doa, eu prefiro que me chamem à atenção quando faço mal e fazia o mesmo quando era "chefe" mas nem todos concordam com as chamadas de atenção...
E também há patrões/chefes que não valem 1 charuto, há 1 que ficam com o rei na barriga e quando chegam ao topo não ligam aos que estão abaixo, isso mete-me 1 pouco de raiva mas tenho que aceitar, são chefes por alguma razão, 1 por boas razões outros nem por isso mas isso daria outro tema!
Se houver sinceridade e "amor" nas coisas que se faz tudo é mais fácil!
Mas isto é apenas 1 opinião, não tenho tanta experiência no mercado de trabalho, o meu mundo é 1 pouco diferente mas mesmo assim temos situações dessas...
bjs
Martini,
Para mim quando um não quer dois não dançam... o que significa que os erros são dos dois... mais a necessidade de esconder o que se sabe de não ensinar nem delegar muitas vezes acaba por ser também uma causa para o insucesso.
Quanto á segunda parte já tinha recebido algumas alertas para isso e estava a pensar de facto mudar...
Que te parece?
Aprovado?
MJ,
Mesmo tu não tendo experiencia nesses campos tens a da vida e no teu caso deve ser bastante.
Como em tudo acho que falta maioritariamente o dialogo e existe em excesso a burocracia... eu falo com o meu chefe que fala com o chefe da equipa que fala com o chefe do departamento que fala com o chefe de secção que fala com ... já viste a ideia.
Quando chega a quem de direito já vai tão deturpado que nem vale a pena analisar...
Haver mais divisão... mas harmonia e principalmente menos cagões e galões aí seria de facto bem mais simples.
Beijinho
Eh lá.... Bem mais fresh :) A leitura torna-se mais fácil e apela a mais opiniões :)
Gostei :)
Martini,
Sempre pronto a agradar a quem me lê
=)
Obrigada pela opinião
Enviar um comentário