sábado, 14 de abril de 2012

Tenho mesmo de ir ao relojoeiro


Não sou mãe, nem tenho em mim aquela necessidade que se diz básica de procriar… verdade seja dita que não vejo que uma mulher se realize através da maternidade, tal como não sinta que tenha de ter alguém do lado ou que tenha de ter o casamento dos meus sonhos com o príncipe encantado (que passa a sapo 2 meses depois de casado) para me sentir plena.
Não sou de ferro e muito menos de gelo para não ter as minhas alturas em que me sinto sozinha e com necessidade daquele abraço apertado ou mesmo de ter aquela pessoa que não nos pergunta nada apenas nos abre os braços, mas chego a infeliz conclusão que hoje em dia encontramos muito mais a frase:
“Tens de olhar por ti” ao em vez da frase “deixa que eu olho por ti por alguns instantes”
Não sou fácil de me relacionar, sou independente demais, casmurra demais, certa do que quero em demasiado… mas também sou das que se dá a 100% e não apenas pela metade… por norma e ao contrário do que muita gente julga quando me vê impávida na minha bela armadura reluzente sofro sempre 100% quando vejo que o que foi “vendido” nada tem a ver com o que foi “encomendado”.
Não! Definitivamente não sou daquelas que acha todos os bebés bonitos, todas as crianças fofinhas, ou todas as atitudes juvenis como “normais”, não tenho paciência para birras… e muito menos para atitudes imaturas de crianças mimadas a quem foi habituado que têm direito a tudo o que pedem.
Se eventualmente for mãe (e não é algo que eu tenha colocado de lado) não vou ser uma mãe fácil tal como não o sou como mulher.
Hoje em dia as crianças estão mal-educadas, mal habituadas e muito mal orientadas e a culpa não é somente delas mas maioritariamente dos pais.
Aqui na loja muitas vezes dou por mim a controlar a língua para não por no sitio estes espécimes de gente que tanto têm para crescer, mas que já se sentem no direito de dominar e mandar nos pais… pais que ao em vez de os colocarem no sitio de uma forma dura e definitiva ainda acalentam essas insubordinações com sorrisos envergonhados e sussurrados:
“Eu volto mais tarde, sozinha que com ele não dá”
Não dá? Desde de quando é que as crianças mandam nos horários dos pais? Desde de quando é que a vida de quem supostamente governa uma casa se regula por aqueles que ainda muito têm a aprender mas que no fundo manipulam quem lhes dá abrigo.
A educação está mal fundamentada e pessimamente orientada e a culpa? A culpa parte muita dela das psicologias de treta, onde uma boa palmada teve de ser substituída por um castigo para não traumatizar o infante… como se isso aquecesse e arrefecesse alguma coisa a quem tem nos quartos tudo aquilo que desejam para não se importarem minimamente com aquilo que supostamente lhes querem interiorizar.
No meu tempo (e até parece que tenho a idade da minha avó) não me levantava da mesa sem os meus pais terminarem de comer e mesmo quando isso acontecia apenas o fazia com a autorização deles, jamais os interrompia em alguma conversa… e birra? Birra era uma qualquer comida estrangeira com aspecto esquisito que não se usava na minha casa.
E cresci sem traumas e sem necessidade de consultas num qualquer psicólogo que me informasse que a minha dificuldade de entrega se devia aos tabefes que levei na altura certa e pelo motivo correcto.
Os pais hoje em dia não têm tempo para educar porque chegam cansados demais e preferem ficar a ver as desgraças do telejornal ou as vidas cor-de-rosa das novelas ao em vez de uma conversa de família a hora da refeição e depois?
Depois assumem que os miúdos têm de ser educados nas escolas ou então sorriem com um ar amarelo quando aquilo que se passa em casa transborda para a rua.
Somos aquilo que aprendemos por isso no fundo questiono-me de quem será a culpa da juventude estar como está… mas pior acho piada ao espanto quando um jovem agindo conforme seria o correcto é confundido com um qualquer alien vindo dos confins do Universo…
Mas isso sou apenas eu… a quem já me chamaram anormal por não sentir em mim o tic-tac do relógio biológico que pelos vistos deveria a todas ser obrigatório.
Namasté

25 comentários:

Pretty in Pink disse...

Eu acho que darias uma óptima mãe, o teu filhote iria certamente ser muitissimo bem educado ;)

Beijinho*

AC disse...

Concordo com tudo e revejo-me a 100% neste post..Hoje em dia os pais demitiram-se das suas funções de pais, delegam tudo, e em resultado as crianças pura e simplesmente não são educadas..adquirem maus comportamentos e maus hábitos em que ninguém lhes impõe regras.

beijinho
Bom fim de semana

Eva Gonçalves disse...

Um dia ainda vais ser mãe! E vais perceber mil mistérios que te escapam... e não te vais lembrar mais de um tempo que sê-lo não era prioridade :)Beijinho

L'Enfant Terrible disse...

Cada coisa tem o seu tempo, se é que o tempo assiste a todos da mesma forma. A pior coisa é quando se quer estar acertado com o que os outros dizem e não com o que nós sentimos.

Black Angel disse...

Pois eu tb acho que darias uma bela mãe ;)

Eu não ME vejo nesse papel..não sinto esse "chamamento"..e por pensar assim já ME chamaram de egoista..eu acho que são apenas opções ;)

Beijo

Paula disse...

Pretty,

Quando e se chegar a altura logo verei.

Beijinhos

Paula disse...

AC,

A verdade é que para se ser pai tem de se saber e ter aptidão... mas é fácil deixar a educação na mão de quem não tem obrigação.

Beijinho e Boa semana

Paula disse...

Eva,

Não digo que não mas quando e se acontecer a minha criança será na minha vida a prioridade.

Beijos

Paula disse...

L'Enfant,

A verdade é mesmo essa e é isso que depois dá o resultado do que temos por aí

Paula disse...

Black,

A verdade é que se não entras no rebanho acabas por ser chamada de tudo.
As pessoas não aceitam opções quando não as suas.

Beijos

Anónimo disse...

Concordo contigo, quando eu era pequena não havia tantas faltas de respeito como há agora por parte das crianças, que parece que andam todas em auto-gestão. Adorava já ter sido mãe, mas ainda não aconteceu...quando isso acontecer te garanto que não vou colocar nas mãos de ninguém a educação dos meus filhos, não vou delegar isso em ninguém muito menos nas próprias crianças. Os pais são para educar não para serem amigos e creio que o que muitos fazem é isso mesmo; talvez por terem tido uma infância com pais mais autoritários não quiseram repetir isso nos seus filhos... mas esqueceram-se que há sempre um meio termo!
Nunca se deveria esperar que sejam outros na sociedade como os professores por exemplo a exercer esse papel, nem outras pessoas, como tu na loja que têm de por os miudos na ordem!
Para terminar, por isto já vai longo :), é que acho que quando fores serás uma mãe absolutamente fantástica!
mts bjs,
OlgaM

Paula disse...

Olga,

A verdade é mesmo essa, quando for mãe não vou ser como a minha mas a verdade é que a educação e as regras existem por motivos validos e não por um qualquer gozo de maltratar as criancinhas.
Se serei não sei... mas que tu serás uma óptima mãe... sem dúvida que serás.

Beijos

Paula disse...

LL,

Obrigada e bem vindo =)

Black Angel disse...

Utena minha querida isso é o qu menos ME preocupa ;)
Adoro ser a ovelha negra :)

Paula disse...

Black,

Same here my dear.

Beijo-TE

Pulha Garcia disse...

Seria normal se sentisses o relógio. Tal como é normal não sentires. És uma pessoa em paz. Tal como já disseram nesta caixa de comentários, julgo que serias uma óptima mãe. Tens referências.

Beijo para ti.

Paula disse...

Pulha,

Tentaria que ela fosse a minha prioridade e ter tempo para ela, penso que isso falta hoje em dia aos infantes.
Tu também serias um excelente pai.

Bastard Kiss

Anónimo disse...

Concordo com o escreves-te e penso de igual forma. Não em vejo a ser mãe mas certamente se o for irei ser uma mãe dura. Claro que amor e carinho não irão faltar, mas se há coisa que não tolero é a falta de respeito. Tive uma educação rígida pois fui criada pela minha avó. É certo que cresci com alguns traumas derivado a maus tratos psicológicos, como ofensas etc, o que não concordo, pois ninguém tem o direito de chamar nomes nem rebaixar ninguém, mas tirando isso não morri por ter tido uma infância com regras e com respeito pelos outros. E isso revê-se na mulher que sou hoje.
Sabes quando olho para as crianças de hoje em dia e vejo como são mal educados, birrentos, mimentos e tudo mais, dá-me me dá vómitos imaginar eu criar uma espécie assim. Porque eu não tolero tais comportamentos e nem pachorra tenho para isso. Respeitinho é bom e bonito e foi assim que me educaram. Os pais de hoje em dia estão a destruir os valores que se deve incutir nas crianças.
Bem sei que cada criança é diferente e algumas tem personalidades fortes e mau carácter (sim porque existem crianças com mau carácter na minha opinião) mas apesar disso se os pais tivessem mão neles as coisas não descambavam desta forma. Digo eu que não percebo nada de maternidade...

Gostei do texto.

Beijinhos

Paula disse...

Lu!,

O problema é quando se confundo liberdade com libertinagem... não se pode ser amigo quando se esta a educar alguém. Pode-se ser companheiro mas é preciso colocar os pontos nos is antes de mais nada.

Beijinhos

Anónimo disse...

A sociedade, essa malvada, também se rege por códigos, orientações e recomendações de vida para com as pessoas e acaba por pressioná-las muitas vezes para erros de vida que ocorrem quando sentimos que devemos fazer igual à maioria. No entanto são cada vez mais os que não o fazem de acordo com essas recomendações. Outros também o fazem, mas por linhas tortas. Por faço dessas também.

Mantém-te assim, pelo menos enquanto sentires que é dessa forma que fazes bem.

beijos

Paula disse...

Martini,

Eu mantenho sempre a minha forma de estar da forma que me sinto bem.
A sociedade rege-se por normas que muitas vezes não é a correcta.

Beijo

Unknown disse...

A questão é que hoje em dia esqueceram-se da disciplina, dos valores, dos princípios... e não se esqueceram-se deles em casa porque em casa já não há nada disso. Deixaram-nos no passado.
No meu tempo na escola os professores ainda batiam e eu cheguei a levar reguadas e bofetadas. Até o meu velho dizia pessoalmente aos professores para que eles me batessem se eu me portasse mal. Hoje em dia algum pai diz isso?? Claro que não! Atrevam-se a tocar nos seus filhinhos que são uns anjinhos, pois! Psicólogos? O meu velho sempre foi um psicólogo. Se eu fizesse asneira, eu comia e depois ele perguntava-me "sabes porque é que eu te bati? Porque fizeste isso, isso, isso..."
Há uns tempos estava eu à espera do autocarro, na fila, quando eis que o veículo chega e à nossa frente apareceram uns putos que, armados em chicos espertos, foram logo para dentro ocupar os lugares que queriam. Ninguém esboçou reacção. Um conformismo tremendo. Eu assim que entrei virei-me para eles e disse-lhes em voz alta: "Mas é esta merda que vocês aprendem hoje na escola?? A vossa sorte é todos nós termos lugares porque senão eu arrancar-vos-ia daí". Os gajos nem piaram. Sou homenzinho suficiente para lhes dar porrada, ah pois sou. E se chamarem os paizinhos para os defenderem? Azar! Os paizinhos levam também!!
Só de pensar que a "juventude" é o futuro do país sinceramente fico preocupado e com muito medo. Só assim é que eu consigo compreender o porquê de muitos desses jovens não terem futuro nenhum em termos profissionais devido à crise e que os velhos vão-se nidificando nos seus respectivos lugares. Se calhar é porque há males que vêm por bem...

Paula disse...

Fire,

Tu não os tiraste eu já tirei alguns pelas orelhas para dar lugar aos mais velhos mas os paizinhos ficam em pânico quando alguém coloca os rebentos no lugar e depois é o que se vê.

Beijos

Belle du Jour disse...

nem todos os bebés são bonitos. há alguns bem feios. nem todas as crianças são fofinhas. já tive um na minha casa, com 6 anos, a bater com a cabeça na parede para aliviar o stress, a morder um pedaço de entrecosto e por na travessa, a morder outro pedaço de seguida e a voltar a mete-lo na travessa e eu a ter de chama-lo à atenção porque a mãe não o fazia. nem todas as atitudes juvenis são normais. muitas são anormais ao cubo! a maior parte da culpa, a meu ver, é dos pais. mas parte é dos filhos. há uma coisa que se chama personalidade, outra que se chama genética. contra elas nada podemos fazer. e acima de tudo não nos podemos esquecer de outra coisa: os pais são humanos. por vezes, eu quero acreditar que muitas vezes, dão o seu melhor e não obtém os resultados almejados. muitas vezes não tem a ver com nos alhear-mos da função de pai ou mãe mas sim de não conseguirmos dar mais porque a vida não permite. bom e já me estendi na conversa. um beijinho. uma mãe que se acha demasiado exigente ps - o meu filho pede para se levantar da mesa e levanta o prato. às vezes esquece-se. eu não digo nada.

Paula disse...

Belle,

Não é preciso ser carrasco, basta estar lá e ter atenção quando necessitamos de chamar a atenção.
Quando assim é ouvem a primeira, atendem de seguida... crescem de uma forma saudável.