Ora bem ao
que parece hoje faz um ano que fomos “invadidos” pela Troika e “resgatados”
pelo FMI.
Não vou
falar sobre isso até porque não é um tema que me faça ter vontade de dissertar…
isto de sermos enrabados sem vaselina não tem graça para ninguém.
No entanto
após um ano de mudanças, de alterações e de cortes, onde as palavras crise e desemprego
são usadas em abundancia não poderia deixar de observar que certas coisas não
mudam e as mentalidades com um pouco mais de laços se mantêm inalteradas.
As minhas
quartas são sempre dedicadas aos papéis, num cliente que veio comigo quando me
despedi. O facto de terem saído comigo da antiga empresa que trabalhei demostra
a confiança que têm no meu trabalho, mas mais que isso criei uma relação de
amizade com a pessoa responsável pelo departamento que controlo. Tanto que
quando foi criada uma filha dessa empresa fiquei também com a responsabilidade
desse departamento nessa empresa.
Ontem na
hora de almoço quando trocávamos confidências e gargalhadas a conversa levou o
curso da polivalência ou não dos funcionários numa empresa.
Verdade que
nem todos pudemos ter a visão dos dois lados da barricada, eu tenho essa visão,
mas antes de a ter sempre tive em mim a consciência que quando entramos num
local para trabalhar é uma mais-valia para nós saber exatamente no que a
empresa consiste e no papel que desempenha cada um dos seus funcionários, até
porque isso origina que o nosso próprio trabalho seja beneficiado com isso.
O que vejo?
Que infelizmente se mantém a máscara dos direitos versus deveres do trabalhador
que mantém a ideia que quanto menos souber menos tem de fazer e assim pode
ficar sossegado. Preocupado apenas com o final do dia… da semana e do mês.
Mais…mantemos
a ideia absurda que é vergonhoso por exemplo um advogado ir servir mesas… por
um lado porque o próprio não acha que seja honroso por outro porque quem
contracta acha que é ofensivo oferecer trabalho a alguém da sua categoria.
Como se não
fossemos todos iguais… como se não precisamos todos de comer… de viver e de ser
uteis.
E mesmo que
esta verdade não seja unilateral e universal pois existem, e ainda bem, exceções
a regra a verdade é que mantemos mentalidades limitadas onde uns são filhos e
outros afilhados… onde se esconde o que se sente e o que se é!
Continuo a
achar que numa empresa como na vida quanto mais soubermos … quanto mais
conhecimentos e experiências absorvermos… mais facilmente vivemos… mais ricos
ficamos… melhores nos tornamos.
Pelo menos
em todos os locais que trabalhei e com todas as pessoas que me relacionei foi
assim que vi as coisas e mesmo as más serviram de aprendizagem.
O ideal
disto tudo é tentar lembrarmo-nos que os patrões não vivem sem os empregados
mas os empregados também não vivem sem os patrões… e que não somos ilhas…
A união faz
a força pena que passado um ano da suposta mudança de mentalidades e de
atitudes se mantenha em quase tudo… igual!
Namasté
11 comentários:
É mesmo. Eu se andasse com esquisitices como andam muitos licenciados no desemprego, positivamente à espera de arranjar algo para o qual se formaram (defendem eles que têm todo o direito a isso, desconhecendo ou preferindo não encarar a realidade que nos abraça) nunca teria sequer começado a trabalhar. Não me arrependo dos cursos que tirei nem me arrependo de ter trabalhado onde trabalhei. Ganhei experiência e acima de tudo ganhei o meu.
Polivalência e capacidade de adaptação à realidade e mercado laboral sim são importantes!
Porém, há limites... Cada macaco no seu galho, senão mantemos o cenário de incompetência e absentismo que já vive
Sobre este tema existe um post de um dos meus blogues que mais aenção dou "O Insurgente" que é a continuação disto. Vale a pena ler sobre as profissões que estão a desaparecer devido à crise e à falta de dinamismo no mercado de trabalho: http://oinsurgente.org/2012/05/17/o-salario-minimo-cria-desemprego/
Fire,
Saber não ocupa lugar e não é por saber o que faz uma pessoa que lhe vamos tirar o lugar.
Mas aprendemos a dar valor ao serviço deles e no conjunto acabamos por facilitar o nosso.
Beijo
Foxos,
Não é por vermos o Dr House que nos tornamos doutores.
O saber vai fazer com que facilitamos o trabalho e o não prender informações que evitemos chatices e atrasos que não levam a lado nenhum.
Baci
Escrita,
Passo lá para ver como é!
Obrigada
Martini,
Passei por lá e sinceramente é uma mais-valia que vale a pena ler.
Obrigada pela partilha.
Beijo
Qualquer trabalho deve ser considerado digno...mas as pessoas também têm de perceber que um canudo não é nada nos dias de hoje...mesmo a idade que tenho sempre tentei não parar de ter formação académica...se hoje tenho um trabalho com algum grau de satisfação houve alturas em que tinha de trabalhar no que houvesse. Já penei muito e já fiz de tudo...comecei por baixo...e se tiver de lá voltar vou de peito aberto...
beijo
Sem dúvida que a união faz a força e a polivalência ajuda muito.
Dreamcatcher,
A verdade é mesmo essa temos de saber usar os conhecimentos que adquirimos em cada coisa que fazemos e ver como crescimento e não como o denegrir do nosso canudo!
Beijo
Vera,
E a vontade de aprender também
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