sábado, 20 de outubro de 2012

Campos de Minas

A vida é um verdadeiro campo de minas, desviamos-nos de umas, para pisarmos em cheio noutras só assim a vida tem graça porque senão o que adiantaria cometer os mesmos erros mesmo quando dizemos que "nunca" os voltaríamos a repetir?
"Nunca", engraçada uma palavra que de tão hipotética nem deveria existir, dizemos hoje o "nunca" para nos esquecermos que o dizemos amanhã.
Não a uso, é tempo demais numa vida que apenas hipoteticamente pode ser controlada por mim.
Desisti de compreender porque fujo de uma mina em particular para depois ir pisar outra que de aleatória tem pouco, mas que nos faz sentir bem achar que sim!
Entregamos-nos a quem não devemos, fugimos de quem deveríamos abraçar, suspiramos pelo que não temos e desprezamos o que é nosso, apenas para o perder em seguida e chorar o que tínhamos e deixamos de ter.
Gosto particularmente de observar a vida dos outros, sempre fui a que numa sala escuta com os ouvidos, lê com a mente e absorve com a alma, tão diferentes mas tão iguais nos erros, nas desculpas, nos desvios acabamos todos por colocar o pé na mesma mina. Diferente é apenas depois como lambemos as feridas de mais um estilhaço que nos apanha.
Aprender seria o ideal, atirar a outro a culpa o mais fácil, chorar sobre o infortúnio o comum,
Seguir ou não o campo de uma maneira mais justa o desafio que raramente aceitamos, a culpa "nunca" é nossa, na vida como na morte a culpa morre sempre solteira, isolada por um complexo de coitadinho, puritano e benevolente que nos envolve numa capa de bons, correctos e justos.
Já vi muitas minas explodir, abrigada na encosta porque ouvi o clique antes, já fiz explodir muitas outras por tédio, gozo, por não valer mais a pena manter o pé em cima dela, esperando o desfecho que todos conhecemos e ninguém quer ver.
Mantenho-me no campo de peito aberto porque a vida é mesmo assim não tem folgas, não dá descanso e nunca (talvez tenha aqui encontrado o sitio certo para usar o termo) é aleatória. E é isso que lhe da graça!
Vivemos!
Que o façamos então com a maior das vontades, o menos dos medos e nas mais belas das loucuras.
Namasté!

8 comentários:

Anónimo disse...

Namasté.

AC disse...

A vida é toda ela um campo minado sempre que fugimos de uma embatemos noutra... e é assim sempre sem dar tréguas, sem podermos descansar, baixar os braços ou desistir sob o risco de não sobrevivermos.

Andamos em sintonia, hoje também falo de medo.. medo de arriscar.

beijinho Ruivinha

Unknown disse...

Realmente a vida é mesmo um campo de minas... e quantos não são as pessoas que, ao invés, preferem manter-se nas trincheiras e preferirem não arriscar passar pelo campo de minas, com medo de pisar em alguma... Há de tudo e para todos os gostos.

Pior que errar é ter de medo de errar. Sábias palavras, né? ;)

Beijinhos.

Anónimo disse...

A vida é uma selva, onde todos caímos e andamos perdidos sem nem rumo, nem mapas. Sobreviver aqui não é fácil, a selva não é para os fracos. E só conseguimos sobreviver se soubermos desviarmo-nos das constantes flechadas da mentira e da hipocrisia.
Beijinhos, Utena!

Paula disse...

Observador,

=)

Paula disse...

AC,

Sim andamos mesmo em sintonia, quererá dizer alguma coisa?
Mentes parecidas por norma pensam igual!

Beijos

Paula disse...

Fire,

Sim a vida é mesmo assim!
Levamos chumbo crescemos e seguimos só assim crescemos

Beijos

Paula disse...

Lynce,

Eu não diria melhor!
Mais que passar a vida a viver é passar a vida a vive-la!

Beijos