terça-feira, 5 de março de 2013

Não sumi... não sumam também!



Ando quieta, sossegada, ausente... verdade que doente. Um estado que para mim me é desconhecido. Não sou de me sentir sem forças, cansada... fui a cama! Fez-se em mim o clique que me alerta que não sou de ferro, que não aguento tudo.
Durou pouco, sou das que pensa que existe sempre alguém pior que eu, que o que tenho não justifica desanimo é preciso erguer a cabeça e seguir em frente. Amanhã será inevitavelmente melhor dia que hoje.
Mas a realidade é que ando assustada, com medo... irónico verdade mas aquela que não reconhece valor ao medo está com ele... não mostra mas esta!
Vejo tudo sossegado, sem força nem vontade de mudança.... canta-se uma música mal cantada, vai-se passear a Lisboa e pensa-se que já se fez tudo... e continua tudo no limbo da indiferença disfarçada de uma luta que no fundo não passa de merda.
A coragem de obrigar a algo não existe, o povo continua sereno... não dizem que quem canta seus males espanta? Parece-me a mim que é um ditado a ser levado à letra...
É preciso fazer as coisas acontecer, era preciso existir união, empenho... vontade... dá trabalho demais e não estão para isso... não estão para trabalhar, para impor... cambada de cordeiros vão todos uns atrás dos outros já pensar com a cabeçinha deles? Dá muito trabalho...olha matam-se uns coelhos pelo caminho.... esquecem-se que os cordeiros também são animais e que estamos a chegar a Páscoa... dá muito trabalho...
No meio comem-se umas amêndoas, gritam-se mais uma palavras de ordem e canta-se!
E segue-se caminho moendo, queixando, reclamando... suspirando! Mas fazer algo a sério? Não que dá muito trabalho!
Os que poderiam fazer acobardam-se, os que nada fazem exaltam-se e ameaçam e no fim barram-lhes os bolsos com aquilo que lhes dá pouco trabalho a conseguir e por isso pouco valor a manter.
E o povo sereno que não quer ver o que lhes é aberto aos olhos...vai cantando umas músicas mal cantadas, caindo nas palhaçadas que lhes lançam achando que as coisas mudam porque a memória é curta e o giro é ser enganado.
E neste país continua tudo igual porque estudar as coisas de raiz, a fundo... fazer ao menos o trabalho de casa?
Dá trabalho!
Já agora ao menos na próxima manifestação ouçam a Grândola Vila Morena de fio a pavio e estudem a letra não assassinem uma letra, que embora tenha sido usada para algo que de tão mal planeado foi catastrófico, continua a ser um ícone neste país!
E olhem que até pode dar trabalho mas sai mais bem feito!
Estou de volta aos poucos... não se atrevam a sumir!
Namasté

13 comentários:

AC disse...

Não sumi estou aqui e faço presente. Concordo contigo que continuamos apáticos,incapazes de uma verdadeira revolta e forjamos a mudança.

Sinto-me revoltada, e a perder a esperança, não vejo luz, nem vejo sequer o fim do túnel. Mas não baixo os braços e não desisto. Em frente é o caminho e só paro quando morrer.

Beijinho grande e as tuas melhoras guerreira

JP disse...

Já perguntei se estavas de férias:)))


Mas sei que estavas doentinha e ocupada com as belezas que nos deixas aqui. Ia escrever com as coisas que lhes deixas aqui....:)))

No país? Tudo tudo igual, agora com as tais músicas renascidas...

Beijinho

dom disse...

Urge o momento de fazer outro 25 de Abril...MAS sem cravos...será que só abriremos os olhos quando tivermos um mortes e sangue derramado? Porque neste momento existe sangue derramado...mas derramado por fome, miséria, desespero...
O povo é manso, já diziam que somos o povo dos 3 F's ... Fátima, Futebol e Fado ...
ACORDA PORTUGAL !

L'Enfant Terrible disse...

Deixamos de ser analfabetos mas continua a faltar-nos a cultura, só temos as coisas pela metade mas achamos que assim temos tudo por inteiro, acho que esse é o problema!
As melhoras!

Paula disse...

AC,

És como eu temos os nossos momentos de fraqueza onde nos sentimos impotentes mas são momentos que de tão poucos raramente se os sentem.
Para a frente é que é caminho e baixar os braços é morrer.

Beijos Guerreira

Paula disse...

JP,

Sempre atento e presente obrigada.

Beijinhos

Paula disse...

Dom,

Neste momento Portugal é o país dos vários F's.
Dos Falhados, dos Fodidos, dos Falsos, dos Fatídicos...
Enfim continuamos a querer as coisas sem ter de lutar por elas isso dá muito trabalho.

Beijos

Paula disse...

L'Enfant,

Sem dúvida que sim!
Esse é sem dúvida outro dos graves problemas.

Obrigada

dom disse...

L'Enfant, permita-me que discorde consigo...Somos e cada vez mais um pais de analfabetos (metamaforicamente), porque o meu avô não sabendo escrever nem ler tinha cultura, senso comum, tinha vontade, garra, passou por uma 2 guerras mundiais, por uma espécie de revolução (revolução..hahaha...até dà vontade de rir ) e eu não o considerava nem nunca o considerei analfabeto. Analfabetos é esta corja que está no poder, são esta espécie de juventude que quer é fumar ganzas, falar como escrevem os sms, dizer palavrões, ostentarem riqueza nem que para isso tenham de roubar...e por aí fora. Esses para mim são os verdadeiros ANALFABETOS. Mas isto são os meus 2 cents!

Cheers,
Dom

Paula disse...

Dom,

Entendo o teu ponto de vista e o do L'Enfant.
Na verdade escolaridade não é significado de analfabetismo o que falta em Portugal é conhecimento útil.

dom disse...

O que falta aos portugueses é aquilo que muitos touros tem no meio das pernas quando os obrigam a ir para a arena defrontar o cavaleiro...

L'Enfant Terrible disse...

Sem dúvida que muitos analfabetos têm mais cultura do que muita gente com curso universitário. O problema é mesmo termos criado uma geração parasitária e com pouca garra cujo objectivo maior é querer tudo sem esforço e deitar-se a chorar por não o conseguir, sem esquecer que por séculos fomos e continuamos a ser um povo de brandos costumes, com algumas raras excepções. Queria dizer que em geral temos vistas curtas, olhamos demasiado para o nosso umbigo. somos demasiado desconfiados e invejosos, com razão e sem razão para tal.

Paula disse...

Vera a Loira

Eu não, fico sempre por aqui.

Desculpa querida o blogger ou eu aparvalhou e eliminou o teu comentário.
Ainda bem que estas por aí.

Beijo