segunda-feira, 29 de julho de 2013

Utena Maria por isso é que não evoluis

Sempre fui uma pessoa de observar, dou por mim muitas vezes, de uma forma inconsciente a ouvir a conversa alheia.
Em certas alturas tento desligar do que ouço, aliás faço por isso, na vida tento sempre crescer e aprender e a verdade é que isso raramente acontece nas conversas que se apanham do ar.
Um dia destes, estava na pausa Kit Kat a apanhar um pouco de sol, e apanhei uma conversa telefónica que achei surreal. Verdade que não ouvia as resposta que vinham do outro lado, mas o que ouvi deixou-me com pele de galinha... dizia uma "senhora":
"... mas não pode sair por causa dos filhos?! Que deixe alguém a tomar conta... Já não basta o que estragam da vida dos pais, ainda os impedem de sair? É o que te digo os filhos são definitivamente o pior que pode acontecer aos pais!"
Juro que fiquei de boca aberta a olhar a dita!
Sou das que acham que as mulheres não têm obrigatoriamente de ter filhos, aliás é algo que a mim não me preocupa nem que sinta falta mas quando alguém tem este tipo de conversa, independentemente de ser homem ou mulher é assustador... por um lado não é um ser humano por outro questiono-me que infância teve e pior... que género de apoio poderá dar aqueles a quem ela própria "estragou" a vida!
E não sendo eu uma pessoa com muita consideração pela raça humana, confesso que me deixou assustada saber que podem ser muito piores do que aquilo que eu pensava... e eu já pensava bastante mal dela.
Ainda tive para perguntar a "senhora" se tinha a operação de Histerectomia pronta mas achei por bem não... sinceramente? Só espero que daqui a uns anos não venha ninguém deitar-lhe à cara aquilo que tão alegremente cospe para o ar...
Quem estou eu a enganar certo? O que eu espero mesmo é que o façam...
Ai Utena Maria por isso é que tu não evoluis mulher...

14 comentários:

Sil disse...

Eu diria por isso é que os outros nunca hão-de chegar onde tu te encontras!
:)





Irra que até eu não sei se me segurava!






Beijo na minha ruiva

Paula disse...

Sil,

Segurei-me a custo acredita. Houve uns tempos atrás que lhe teria cuspido umas tantas verdade à cara agora não me canso muito com isso. As pessoas serão sempre pessoas e nós temos de ignorar... ou tentar!

Beijos minha sereia

Anónimo disse...

De certeza que era uma mulher frustrada ou uma abortista esquerdalha que ainda não se situou no mundo, que vive confusa, incapaz de distinguir o mau do bom-senso, provavelmente portadora de algum síndroma que veio à tona nessa conversa, num momento de desequilibro qualquer.
Eu ainda não tenho filhos e respeito quem não os quer ter, sejam homens ou mulheres, agora dizer uma coisa dessas assim para o ar revela que existe ali algum recalcamento.

Eu tenho o desejo de um dia ser pai e tenho a certeza que se um dia o for, tentarei ser melhor que o meu pai foi para mim, tal como acho que qualquer mulher que se preze se for saudável e equilibrada também o deseja e não deixará para as outras a maior dádiva biológica que a vida lhe pode proporcionar, que é o gerar vida.
Nos últimos anos a maioria dos meus amigos próximos já estão na etapa de serem mães/pais e tenho notado que se sentem bem mais realizados e mais equilibrados que antes, tanto elas como eles e mesmo não sendo eu ainda pai tenho a certeza que não existe amor como esse, um amor bem maior que o amor por uma mulher/homem, portanto o que essa tipa dizia ao telefone fez-me lembrar aquela expressão de um filósofo grego que proferia vezes sem conta "Contra a ignorância até os Deuses lutam em vão". Portanto, é não ligar mas fizeste bem em o mencionar.

Já tinha saudades de passar por aqui e congratulo-te por te encontrar com a mesma veia de sempre :)

Um beijinho*

Algures disse...

Ainda que tenha percebido a ironia da tua frase final, a pergunta seria mais será que este tipo de mulher alguma vez vai evoluir?!
Beijinho*

Paula disse...

Martini,

Já tinha saudades de te ver por aqui, aliás os teus comentários acrescentam sempre algo aos meus textos.
Volta sempre e espero que estejas bem.

Beijo

PS: Tenho lido alguns dos teus textos, continuam maravilhosos

Paula disse...

Algures,

Esperemos que sim.
Senão terá um fim muito triste.

Beijinho

Anónimo disse...

Tem calma, Utena.

Quando algo do género acontecer, lembra-te de um mantra agradável.

Beijo

Alexandra Santos disse...

Com esses tipos deixei-me de preocupar há muito tempo, porque todos eles um dia vão e pagar com juros as palavras que dizem ao vento.

Minha amiga sai do facebook, mas continuo por aqui... momentos há nesta vida em que devemos respirar e cagar para o resto, tu sabes! Regresso lá por essas bandas quando a ira e as explosões acalmarem... a paciência é pouca e a pouca que resta deve ser canalizada para coisas de bem... chega de futilidade! Beijinhos!

A Loira disse...

Será que essa pessoa já ouviu o termo "opções de vida"?

Lux disse...

Ora um bom post à forma que já nos habituaste...
Tal como tu, não tenho a raça humana em boa conta, aliás, em "conta nenhuma".
Se andarmos com as antenas no ar, mesmo que não o pretendamos, vamos sempre ouvir pérolas dessas... Agora, será completamente errado o que a senhora disse? Errado porquê?
Na volta é o ponto de vista dela, aliás, conheço pessoas com o mesmo discurso, mas como pessoas coerentes que são felizmente não tiveram filhos.
No que me diz respeito, eu que aparentemente não tenho relógio biológico porque nunca quis filhos e já com 33 anos o dito relógio não se faz anunciar, não consigo pensar assim em relação às minhas gatas sequer... Imagino como seria mãe galinha se tivesse um filho.
A questão Utena, é que ter um filho não deve nunca ser uma obrigação, ou um fardo, mas algo que nos traga gratidão. Logo, se não é para ser assim, se não para nos dar prazer e pelo contrário ser um fardo mais vale não ter filhos.
Nem todos nascemos para pais e é isso que as pessoas não percebem. Ter filhos não deve ser uma imposição da sociedade mas um "querer" de uma (ou duas) pessoas...

Lux

Paula disse...

Observador,

Calma tenho eu aliás nada disse a senhora apenas me ficou na memória o discurso.

Beijo

Paula disse...

Alexandra,

As coisas são como são ninguém é obrigado a ter filhos mas isso não significa que sejam fardos ou alguém ser que destroi a vida dos outros.
Já reparei na tua ausência no entanto sabes que estou sempre aqui.

Beijo

Paula disse...

Vera,

Acho que hoje em dia o que mais abunda é as imposições e não as opcções!

Paula disse...

Lux,

Nesse campo não podia estar mais de acordo contigo, também com 35 anos não sinto o relógio biologico a dar as horas no entanto não imponho a minha ideia a ninguém. Tal como tu sou extremamento galinha com o meu cão (infelizmente os outros dois já faleceram).
Aqui o que esta em causa é a raiva das palavras como se as opcções de outros terem filhos fosse nada mais que um impecilho para o divertimento dela já que agora os amigos não podem sair por estarem a cuidar os seus rebentos.
A escolha é de cada um a forma como a impomos é que deve ser moderada.
Acho eu pelo menos.

Beijinho