terça-feira, 26 de outubro de 2010

Memórias

Pronto é verdade hoje estou de facto com um pé no passado e outro no presente, ainda bem que não ando a conduzir ou então seria mais um daqueles casos em que eu chegaria ao destino sem me lembrar de metade do percurso que tinha feito...
Mais uma vez África terra da minha infância, Oásis da minha juventude (estou poeta hoje)...
Tarde de domingo, dia de viagem pelas terras áridas e vermelhas que tanto amava, depois de um almoço na casa de uns amigos...
Viro-me eu para o meu pai na inocência dos meus tenros anos, se é que alguma vez o fui, o meu dia ficava completo e feliz se visse um elefante.
Sei que adormeci nos solavancos do carro na picada, e acordei com o sussurro do meu pai ao meu ouvido: "Filhota não querias ver elefantes? Olha ali uma data deles", sai do carro a imprudência da juventude tem destas coisas, sem pensar ou agir, na emoção do momento não pensei... Agi! Pobre do meu pai metade dos cabelos brancos que tem, assumo hoje, a culpa é minha.
Parei em frente do chefe, um elefante grande... velho... imponente... senti nos poros o poder que emanava daquele animal ancestral... Não se consegue explicar! Ainda agora me arrepio só de me lembrar da força... dos olhos...da paz que me fez sentir!
Senti os joelhos a perder a força e baixei a cabeça perante tão grande magnitude! Olhei e ele fez-me o mesmo...
Um leve baixar de cabeça, um cumprimento que ainda hoje enche o coração!
Sou afortunada... vi os elefantes em África... Livres! Na sua plena força... No seu grande poder.........
Só espero que daqui a uns anos a lembrança não se torne numa dor afiada de saber que eles já não existem nesta terra, que foi deles durante tanto tempo!

8 comentários:

Salvador disse...

Uma boa noite, Utena..))

Nada como a nossa terra, não é?
E esse (e os outros, claro) momento, esse frente a frente, que viveu foi mágico. A inocência tem a estranha capacidade de nos fazer viver os mais dramáticos mas tb os mais fantásticos momentos da nossa vida.
Eu, para viver os segundos (e por muitos primeiros que surjam), não me importo nada de continuar a ser um 'inocente'...

M. disse...

Afinal de quem é a terra? Cheira-me que é dos elefantes...corrigo: era...

Mega disse...

Depois de ler só posso dizer duas coisas.
Parabens pelas palavras
Obrigado pela partilha
Beijo

Paula disse...

Salvador, os momentos fantasticos que vivemos de facto só podem ser completamente vivimos com um misto de inocencia e bravura...
Bjo

Paula disse...

Ola M.
A terra desde de que respeitada e partilhada com amor e carinho, com paixão sem ambição destruidora e ofensiva e de todos...

Paula disse...

Ola Mega,

Obrigada por partilhares comigo.
Beijos muitos azuis e sorridentes

M. disse...

Pois é Utena...desde de que...
E sabemos que esta condição está bastante esquecida...

Paula disse...

Concordo M.
Bem esquecida e guardada no fundo do Bau
Enfim...