terça-feira, 26 de outubro de 2010

Saudosismo

Hoje estou numa altura mais saudosista do mês, as vezes também acontece... Gosto de recordar o passado, de me perder em memórias.
E as minhas memórias hoje levam-me até as terras de África, mais propriamente Angola, terra para onde fui ainda bastante gaiata (gosto desta palavra) e formou o que sou hoje, mais coisa menos coisa.
Foi uma terra que me preencheu em muitas coisas e em muitas situações, desde do conviver com o mundo selvagem ao puder assistir a certas coisas dignas do Discovery Channel... Desde da postura dos ovos da tartaruga, ao estar frente a frente com uma manada (será que é assim que se chama) de elefantes até levar uma lambidela de uma Zebra. Fui e posso dizer aqui sem falsas modéstias uma privilegiada na minha infância e na minha juventude.
O que mais me marca e que hoje me deixa saudades é os meus tempos de equitação com o meu grande amigo Trovão. Dos cavalos mais doces e mais ternurentos que alguma vez já encontrei e tive o privilegio de conviver e montar.
Desde da primeira troca de olhares foi amor a primeira vista... Ele tinha o olhar inteligente e terno que se poderia encontrar num ser humano e raramente se vê...



Foi daqueles olhares intensos de reconhecimento que se sente até no fundo da espinha.
Temos que ver que o porte de um animal como era o Trovão para uma miúda de mais ou menos 7 anos torna-se assustador, os cavalos são seres imponentes, e desde de muito nova para mim ficou bem claro que não é o cavaleiro que escolhe o cavalo mas sim o contrario.
Posso no entanto dizer que dos tempos que tive a sorte de ser sua companheira deixou-me cair uma única vez e na ânsia de me proteger.
Crescemos juntos, em união, em entrega....... desde da fase em que tinha de se por em joelhos para eu subir para a sua garupa a fase em que eu já saltava para ela com ou sem sela... a mais triste onde a idade começou a ser problemas e deixou de puder fazer os nossos galopes junto ao mar... ao por do sol.
Estivemos juntos durante muito tempo, fomos cúmplices, fomos melhores amigos e fomos apoio um do outro.
Não quero trazer as memórias dolorosas e amargas de como morreu este companheiro de grandes aventuras, não é isso que conta para mim neste momento...
Apenas posso dizer que nunca mais montei.......

Fica em paz amigo!



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