sexta-feira, 11 de março de 2011

"Geração à rasca" (Dúvidas que me assolam)

Correndo o risco de ser novamente a voz que se levanta do contra… de me tornar na oposição a tudo e a todos e porque sinceramente não percebo o que raio é a “Geração à Rasca”, dei alguns dos meus minutos deste dia, a uma pesquisa mais ou menos profunda, no nosso sempre fiel motor de busca Google.
Cheguei a algumas conclusões, li algumas opiniões, e sem querer ser ofensiva as ideias de ninguém, passo para aqui duas acompanhadas dos meus comentários… ou melhor daquilo que primeiro me veio a cabeça quando li os diversos textos sobre a dita geração… novo brinquedo, que ultimamente tem andado de boca em boca.

In Blog da Formação.Wordpress.com

“Muito se tem escrito sobre a “geração mil euros”, a geração constituída pelos jovens licenciados que possuem pós-graduações e mestrados, que falam duas ou mais línguas, que realizaram estágios e que só conseguem obter empregos precários com remunerações inferiores a 1000 euros…”
Ø  Logo aqui dei por mim a pensar… jovens licenciados… ora esta mais que visto que um país só se rege pelos licenciados… que um país apenas pode evoluir com Drs, Eng., e afins. Somos de facto o país dos que não querem sujar as mãos, onde tomos têm de ter um título colado à testa para ser gente! É normal pois quando temos genteca de fora a pagar para não se produzir… para parar com a agricultura… os trabalhos que sustentam um país deixa de ter sentido!
Mais se parassem de procurar empregos e procurassem trabalho talvez as coisas resultassem não? Se não vejamos um exemplo, temos médicos a reclamar de horas extras nas urgências mas não se importam de sair as tantas dos consultórios privados.
Quanto as remunerações inferiores a 1000€, essa é forte visto termos, reformados, pescadores, sapateiros e outros que tantos… a quem os meninos saídos das universidades olham de lado, que ganham menos do ordenado mínimo… pois mas compreende-se que alguém acabado de sair de um sitio basicamente teórico tenha de ganhar mais de 5000€ para sustentar, casas na Quinta da Marinha, carro, Tv cabo e outros luxos que tais…

In Jornal de Negócios Online:

“…Voltemos a “Geração à rasca”. A tentação é não ligar a uma força difusa, cuja “cola” que as une é a contestação aos políticos que construíram uma sociedade onde eles não têm emprego e onde vão viver pior que as gerações anterior. O alheamento da classe política é preocupante.
…E embora estejamos num país onde os jovens mais radicais são meninos de coro quando comparados com os seus congéneres franceses, gregos ou espanhóis, um dia a corda parte. Com estrondo. Porque o problema é tão grave que não há “quick fixes”que o resolvam. Camilo Lourenço”
Ø  Antes de dizer o que pensei a ler este texto deixem que vos diga que admiro o seu autor, não perco uma intervenção sua pois acho-o bastante perspicaz e audaz no que diz, aqui e embora concorde com algumas das coisa que diz não posso deixar de salientar que mais uma vez, está a ser denegrida a nacionalidade portuguesa, não só nos compara como o “irmão” fraco de outros países como ainda demonstra subtilmente que nos mantemos colados a uma frase célebre do “eles falam, falam e não fazem nada”.

E sinceramente? Não fazem!
Não me levem a mal, tenho plena noção do estado da nação… da brutalidade de impostos, dos encargos que uma pequena empresa tem de ter…
Mas também vos digo que na altura em que precisei de uma funcionária não me apareceu ninguém interessado em trabalhar… em ter de fazer sacrifícios.
Porque infelizmente estamos numa altura de em que quem tem trabalho, larguem por favor essa estúpida mania de querer empregos, pouco ou nada os faz para manter.
A geração hoje em dia, tem a mentalidade estranha e obtusa de ver as coisas desta forma:
“Bolas já vou trabalhar? nunca mais é hora de sair… “
“Já é segunda? Nunca mais é sexta… “
“Ou o famoso nunca mais chega ao fim do mês!”
Não levo todos pela mesma receita longe de mim… mas no meio de centenas não é uma dezena que vai fazer andar o país.
E caríssimos, manifestações neste país estão provadas pelo menos na geração que agora reclama que não dá em nada, pois como diz o repórter acima somos “meninos de coro”.
A fazer façam com alma… aquela que tão orgulhosamente lemos e aprendemos nos tempos de escola… juntem-se…lutem… enfrentem! Mas não desistam à primeira dificuldade.
Mostrem que não são uma “Geração à rasca” mas que vão ser a Geração que vai por à rasca essa cambada de merdas que assumem o poleiro e nos fizeram ter a ideia que para se ser gente temos de ter um canudo nas mãos!

13 comentários:

M. disse...

Mais um assunto complicado...

Não vejo mal nenhum em querer mais do que se tem. Até acho que os portugueses olham demasiado para baixo e contentam-se com o que os outros não têm...Sendo assim é saudavél a contestação. Nem que seja pela contestação em si! Um jovem tem que o ser e praticar. A rebeldia e a contestação fazem parte do nosso crescimento.

Jovens apáticos, anafados e passivos...Pobres país esse!!!

Se os vizinhos tiverem mais, aí brota a maldita inveja!!

Isto em abstracto:)

Muitos destes jovens compraram cursos em universidades privadas mediocres e por conseguinte: são mediocres! Muito!(Os porta vozes que já ouvi do dito movimento até me arrepiam só de os ouvir falar "português"...E se entraramos na argumentação, pior ainda...)

Mas como doutores e engenheiros encartos acham-se no direito. Se um deles chegou a primeiro ministro...


Agrada-me este agitar de águas mortas. Veremos é se esta geração FB não se limita a dizer "Não gosto" ou "gosto" e clicar de seguida...

lol

Paula disse...

M.
O maior problema para mim reside nas comparações, no querer ser igual a este ou aquele país e nada fazer por isso ou para isso. Reclamar por reclamar não leva a nada...
Faz falta gente com acção e liderança!

Enfim é fácil argumentar e expor ideias nos post do FB o dificil é encarar olho a olho e saber dizer o que esta mal... mais que isso? Saber dizer o que fazer para retificar.

Salvador disse...

Bom dia, Utena... ))

O problema é que grande parte dos jovens vai para um curso superior sem avaliar as possibilidades reais de emprego. E apesar do mercado estar saturado de psicólogos, sociólogos, economistar e advogados, continuam a insistir nestas áreas.

Salvador disse...

Comentei e fiquei sem saber se foi publicado ou não. Custa-me ser assim, analfabyte ))

Paula disse...

Salvador,

O comentário foi publicado sim e não podia estar mais de acordo com ele.
Os jovens hoje em dia não seguem vocação... seguem... sinceramente não sei bem o que
:))

Coisas de Feltro disse...

Eu acho que o protesto deve ser contra o estado da nação, e ñ se confinar somente a uma geração isolada. Porque, se quem tem vinte e tal anos tem problemas em vislumbrar o futuro, que dizer aqueles que têm mais idade, construiram um projecto de existência com base naquilo que tinham, e de repente confrontam-se com situações onde seguir em frente e manter o que com tanto custo edificaram, lhes parece uma missão quase impossível...

Anónimo disse...

Desculpe lá a menina mas o seu comentário parece-me um pouco enviezado. Diria de uma forma mais obtusa que denota uma leve inveja pelos Drs deste país....Vá, diga lá a verdade, verdadinha, tem-lhes um asco... mas provavelmente são eles que lhe possibilitam bons negocios nas suas lojas, e não são seguramente os sapateiros, pescadores, bombeiros e afins que movimentam a querida maquina registadora...

Relativamente à geração encalhada, vi-a pela TV e gostei (Gosto porque Gosto como diz o Neruda), sobretudo o discurso das mulheres que achei substancialmente superior ao sexo forte(!!!!!).Tem um pensamento mais estruturado e desenvolto e pelo que me apercebi eram mais que as mães.
Apesar de ser ainda jovem, olho atraves do meu olho clinico para a realidade presente tal qual como o Cardeal Cerejeira " benditos e abençoados os ignorantes porque deles será o reino dos céus", alías homem extremamente sempre bem vestido, que tocava Chopin, e se fosse vivo mandaria seguramente executar as suas roupas de seda chez Galliano, esse querido anti-semita que subiu dois pontos na minha consideração.

Carissima Utena, Portugal modernizou-se mas não se desenvolveu, e é aí que a porca torce o rabo.Portugal dos pequeninos e des petits ditadores está sempre presente entre nós tal como N.senhora de Fatima, o xinelo no pé e o perfume mata-ratos. Portugal des maçons e des femmes de menage, jamais mudará.
Todas as gerações têm as suas equações ( a malta nova a partir dos 14, 15 anos julga que o mundo nasceu com eles) mas esta geração tal como a do meu pai com a guerra colonial está mais fodida.Pelo meio escapou uma, da qual alguns muitos dos seus elementos, encontra-se com o cuzinho bem assente em muitos previlegios e mordomias que dificilmente os obteriam em economia aberta, e são esses e os filhos desses que felizmente lhes vão comprando a roupinha as malinhas e os sapatinhos.Bem hajam!!


Logos e Praxis

Paula disse...

Coisas de Feltro,
A verdade é que algo tem de ser feito... o problema é que as pessoas amoleceram... gritam umas palavras de ordem.... ameaçam e depois?
Depois volta tudo ao mesmo

Paula disse...

Ora cá está de volta o verdadeiro sarcástico Logos et Praxis.
Voltou o verdadeiro...não o suposto não a ofendi por isso não entendo porque falou assim...
Finalmente mostra o seu verdadeiro carácter? Ou pelo menos o mais real dele!
Cardeal Cerejeira era um déspota que viveu na sombra e as custas de um homem que até tinha o seu valor, aliás gostava do povo ignorante para o poder manobrar a seu bel-prazer!
Quanto a sentir inveja? De que diga-me? De Drs. da Moderna? De jovens deste país que mal sabem falar quanto mais argumentar?
Dos pobres de espírito, dos copy past das ideias de fora?
Não caríssimo Sr. Logos et Praxis, inveja não é um dos meus pecados mortais, respeito cada pessoa como é...mais lhe digo, não que necessite disso que na minha loja entra toda a gente, novos, velhos, licenciados, donas de casa, sapateiros, advogados e afins e todos são tratados de igual forma e respeito, porque todos fazem mexer a caixa registadora porque no meu negócio tal como na minha vida toda a gente merece respeito.
E toda a gente tem direito a opinião assim como eu tenho da minha… que exponho aberta a comentários que não barro tal como não o fiz com o seu… não me conhece apenas me lê pelo que não julgue o que não sabe… não sou contra a contestação nem contra exigir melhor condição de vida… sou contra a inactividade do pós manifestação.
Faço-lhe uma proposta, encha-se de coragem e mande-me um mail, troque ideias comigo de forma mais recorrente pode ser que assim mude um pouco a opinião que tem de mim… e eu de si.

Anónimo disse...

Utena

Está zangada comigo, tal qual minha mãe tantas vezes, porque eu dizia e digo muitas patetices inconsequentes, e sabe porquê: porque ela nunca me comprou o tal bolo na tal pastelaria chic em Coimbra (dizia ela: anda filho estamos atrasados, a mãe hoje não pode, despacha-te, pra semana, bla, bla….) quando eu era pequenino e íamos ver o meu pai ao Hospital. Os meus olhos ficaram lá pregados tantas e infinitas vezes que ainda hoje não consigo entrar nesse maldito local. Vida de pobre é lixado, não gosto de pobres, jamais gostarei do cheiro deles…e para me “vingar” prefiro ir ver e comer uma “sacher-torte” com muito chantilly num magnifico e exuberante café vienense.
Exprimi-me mal, peço desculpa, foi a forma como introduzi as palavras, e por vezes algum conteúdo desapropriado e mal formatado. A forma é sempre importante, e ao que julgo saber ainda mais para as mulheres; ”menina”…. Porra, eu abordei mal a questão, ainda para mais perante uma MULHER! . A partir daí foi sempre homem ao mar.
A Utena demonstrou interesse e foi-se informar sobre os conteúdos programáticos da GR(geração rasca), eu nem isso, o que li foi através do seu comentário. Foi assunto que nunca me interessou, ( se é que alguma coisa me interessa para alem do $$$$) visto a minha fria perspectiva manter-se a mesma de sua defunta Eminência, figura algo sinistra para si, não sei bem porquê!!
Mas gostei de ver aquele pessoal todo a desfilar: sei lá, os sonhos, as utopias… o querer-se qualquer coisa mas não se saber bem o quê, esquecer por um breve momento o mundo cruel lá fora pronto a apunhalar os sonhos por mais inconstantes que sejam….Ao contrario dos meus colegas e amigos que passavam férias no Algarve, eu sempre fui diferente, talvez por causa do bolo sonhado, não obtido e nunca comido, eu sempre preferi o Inter-rail, comecei a ver a realidade muito cedo.
Eu sempre que tenho tempo venho sempre visitá-la, porque me dá um enorme prazer ler algumas das suas maravilhosas histórias: umas “lamechas”, outras com “raiva”, algumas sensuais, mas todas com um fio condutor e um traço bem característico de uma grande MULHER: Força, Determinação e muito Amor para dar.

Logos e Praxis

Paula disse...

Caríssimo Logos et Praxis,
Quer saber uma coisa engraçada? É difícil ficar zangada consigo, gosto do seus comentários pois obrigam-me a pensar para lhe responder…
Posso não concordar consigo, mas tem uma escrita sarcástica que me agrada…
Duas coisas a seu favor, Coimbra e os Inter-rails sempre preferi ao non fare niente dos hotéis sobrelotados do Algarve.
Quanto aos sonhos… as utopias também gosto deles… da ideia deles… mas a mim o que me incomoda não é a geração sonhar é a geração nada fazer para concretizar os seus sonhos…
Tenho apenas pena não ter aceite a minha proposta/desafio… quem sabe um dia.
Volte sempre… comente sempre que achar que deve… não leve a mal as minhas respostas.
E sim obrigada pelos elogios

Unknown disse...

Apraz-me dizer que quem está à rasca que se "desenrasque" tal como eu o fiz (e faço todos os dias). Recusei-me a fazer parte de "geração rasca" quando iniciei a faculdade, tal como me recuso a andar com barba de 1 semana com idealismos marxistas a passear na avenida com uma garrafa de cerveja na mão. Existe precaridade? Existe. Se luto contra ela? Sempre. Desde que terminei o curso que me recusei a oferecer os meus conhecimentos por tuta e meia, e em vez de perder tempo a encher currículo com formação académica arregacei as mangas e procurei algo que desse para pagar as minhas contas (e mais qq coisa).

Paula disse...

Foxos,
O problema esta ai mesmo... na incapacidade que esta geração tem de ir a luta... de não se contentar com pouco.
Quando se quer, procura-se, luta-se e encontra-se e sem demagogias ou sem querer levar todos por igual, é facil reclamar quando se tem o dinheiro dos país por tras a bancar sonhos e manifestações.