sexta-feira, 18 de março de 2011

Pensamentos de fim de dia

Ontem após o meu dia ter terminado, ia a caminho de casa e dei por mim a pensar em Alquimia… até que ponto muitas das coisas que ouvimos destes homens e mulheres não terá algo figurativo para explicar muitos comportamentos na nossa vida como se uma alusão se tratasse.
Sempre fui fascinada pela Alquimia, sempre gostei das lições que podemos tirar de cada “história” mais ou menos fabulosa que chegou até nós…
E como sou das que acredita que por detrás de uma lenda existe sempre um ponto de verdade, nunca consegui assumir que os alquimistas nada mais eram que fantasiosas imaginações de alguns.
Não vou estar aqui a falar de perseguições que muitos sofreram nem falar de laboratórios escondidos… Não! Falo apenas do que me assolou a mente na minha viagem no fim de um dia de trabalho quando regressava a casa.
Dei por mim a fazer comparações entre as bases desta ciência, não tão esquecida com possamos pensar, e as suas consequências com a sociedade hoje em dia.
Ø  Temos os Midas… com a sua esfomeada necessidade de conhecimento que se foi deturpando e cobiça aumentando até que foi amaldiçoado, com o toque de ouro… Tudo o que tocava transformava-se em ouro… Vejo-o reflectido nos ávidos pela riqueza… nos que sentem necessidade de ter sempre mais… sem precisar …delegando para segundo planos sentimentos tão importantes como o prazer da amizade e o calor do amor.
Ø   Os Nicolas Flamel, perseguidor da Pedra Filosofal… do elixir da eternidade… pedra capaz inclusive de ter a capacidade de transformar metais menos nobres em ouro… pelo que se sabe deste escrivão fez o caminho de Santiago e conseguiu descodificar a cabala alquímica… Nele vejo reflectida a ciência moderna e a sua absurda necessidade de prolongar a vida… a custa muitas vezes de manter preso a uma semi-existência um corpo ausente da sua alma… preso a máquinas e a dor dos familiares… Homens a fazer papel de Deus com as suas clonagens… “crianças” a brincar com o fogo!
Ø  Alexandre o Grande, apaixonado pela Alquimia… ele próprio um alquimista que se deixou levar pelo sua desenfreada ambição de conquistar o mundo… e por ai temos tantos homens que me lembram este rapaz loiro da Grécia… e tantas nações que se assemelham a ela…
Ø  Wolfram von Eschenbach e a sua busca pelo Santo Graal, não como uma cálice mas como uma pedra caída do céu… e tantos outros…
Resumindo tantas eras… tão diferentes homens todos em busca da mesma coisa… Riqueza, vida eterna e poder!
Tantos séculos nos separam… tantas mortas e mesmo assim continuam todos em busca do mesmo!
Confesso que até eu fiquei confusa com o rumo dos meus pensamentos… do porque de me terem surgido na mente… não sou muito de tentar perceber a causa… mas deixar que sigam o seu fio… se não os percebo agora mais tarde irei perceber…
Depois de sorrir lembrei-me dos alquimistas anónimos… dos que ninguém fala… dos curiosos que sentiam apenas prazer em ter conhecimento, em ajudar… em levar a mente mais além!
Homens e mulheres que viveram… descobriram… e ninguém se lembra! Que terão ajudado quem precisa sem ficarem na memória… e ai lembrei-me de mim… e de outros como eu! Que nada mais queremos que conhecimento e capacidade de ajuda!
Que não tentam ser mais do que são… que fogem as vezes do que podem ser e do que vieram cá fazer… mas que voltam sempre… e quando voltam vêm com a lição mais estudada e fundamentada em erros que fizeram e superaram…
É a pensamentos que não se explicam.
Ou isso ou eu estou pior do que pensava…. Mas prefiro pensar como Isaac Newton
“Se fiz descobertas valiosas, foi mais por ter paciência do que qualquer outro talento”
Há fins de dias assim J

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