sábado, 24 de março de 2012

Diz-me onde estarás daqui a 10 anos... digo-te o que quero a longo prazo!


De há uns tempos para cá, ou talvez mais mas eu em certas coisas sou distraída, é costume ouvir a pergunta:
“Onde te imaginas daqui a 10 anos?”
Nunca fui capaz de fazer projectos a longo prazo, gosto de viver o dia-a-dia… acordar de manhã, sorrir ao sol e fazer planos para o dia. No máximo posso dizer que os faço semanalmente. Numa altura como a que passamos onde tudo é mutável e nada se pode considerar certo, poupa-me senão dores de cabeça alguns ataques de tristeza assolapada.
No entanto posso dizer o que gostaria de ter quando fosse velhinha…memórias!
Na realidade cada dia me convenço mais que são o maior tesouro que possuímos, porque tudo é efémero… mas as pequenas cicatrizes que vamos tendo no nosso coração à medida que evoluímos como seres faz de nós o que somos e quem somos.
Gosto de me perder nas minhas memórias… de as viver no pensamento várias vezes… de sorrir com as alegres… de me emocionar com as que deixam saudades… de me arrepiar com as que são únicas… de reviver as que me deixaram triste ou amarga para que não as repita.
As memórias são fortes… são palpáveis e não mudam porque achamos que devem ou porque o que é certo hoje o deixou de ser amanhã. Não! São parte do que somos…
Nas minhas memórias guardo algumas com carinho especial, talvez porque desde de nova soube que os amigos que criamos nesta vida são a família que verdadeiramente nos pertence…ao contrário daquela que o sangue nos impõe.
Nos meus tempos de Africa tive o privilégio de ter na minha vida o melhor dos tios, o maior companheiro de brincadeiras… o cúmplice dos sorrisos… dos joelhos esfolados.
Família de coração que me ensinou entre tantas coisas a ser mulher e ter orgulho disso… tenho sorte na minha vida os homens que nela habitam sempre me incutiram isso… mas para este homem de cabelos brancos e espirito de criança a mulher não era um sexo com que nascemos mas uma atitude que desenvolvemos.
E com ele o dia ou a noite nunca era monótona… desde de basquete as 5 da madrugada, a ténis à meia-noite… as escondidas a seguir ao jantar… as horas intermináveis de conversa durante o seu expediente de trabalho onde me aturava as perguntas e as dúvidas sempre tão existentes na minha vida tudo valia…
Amei o tio…respeitei o homem… sinto saudades do companheiro… tantas que as vezes parece que sinto um buraco no peito. Mas no fundo agradeço cada minuto que passamos… cada conversa que trocamos…cada brincadeira… cada silêncio… na vida tudo é tão passageiro que quando tentamos agarrar aquilo que de melhor nos torna ela escorre pelos dedos como a areia da praia num fim de tarde de verão!
Para ti… tio do meu coração…companheiro das aventuras de verão… cavaleiro andante da minhas fantasias aventureiras… para ti meu amigo…o meu obrigada e o meu amor!
Guardo-te no sítio que mais precioso tenho… até breve… até sempre… até um dia!
E o nosso lema continua comigo… “brincadeira tem hora” e connosco era em qualquer hora do dia e da noite.
Sinto saudades tuas…

22 comentários:

Anónimo disse...

Gostei da tuas palavras...eu vivo só o momento!

Anónimo disse...

Bonita e importante mensagem amiga, viver o presente e construir o tesouro de uma vida, as memórias! Sem regras, sem restrições, sem temer o que os outros possam pensar...
Tmabém não faço planos a longo prazo, não te sei dizer se isso é bom ou mau, mas não os faço, não sei onde estarei daqui a 10 anos, mas quero ter o meu bau das memorias recheado com experiencias de vida, de amor, de saudades, de vida de vida!!
beijinhos grandes amiga e carpe diem
OlgaM

Paula disse...

Putta,

Sim já reparei que o fazes...
E ainda bem!

Paula disse...

Olga,

Tenho viver segundo ela também não sei se é bom se é mau... sou apenas eu!

Beijos

Unknown disse...

Como sou um enorme desmancha prazeres, acredito que as memórias são importantes sim, e são sem dúvida um tesouro, mas maior tesouro que esse é a saúde, pois sem saúde não há vida com qualidade (e longevidade) e sem a vida não há lugar para mais nada. :)

Tudo é de facto efémero, a começar por nós próprios, pela própria vida, daí a necessidade de acrescentarmos vida aos anos. Se pudermos à vida aliar anos atrás de anos, melhor. :)

A propósito da "evolução enquanto seres", ainda hoje ouvi falar dos Neo Sapiens, a "nova espécie humana". Será essa o esplendor da nossa evolução? Na verdade até assisto muitas vezes a exemplos contrários: muitos são os que regridem e vão de mal a pior...

E já somos dois. Eu também me perco em memórias, vivendo-as vezes sem fim... Assim à noitinha, antes de dormir, sabe bem reviver o que foi vivido e também imaginar o que poderia ter vivido... ou não...

O teu tio vive em ti, ruivinha. Nas tuas memórias. No teu coração. E ainda que as tuas crenças não conciliem com as minhas, se o que eu acredito prevalecer, tudo poderá não passar simplesmente de um "até já". :)

Beijinhos, ruivinha.

Anónimo disse...

É muito bom quando se guardam memórias assim, como as que aqui escreveste. A vida vale a muito a pena :)

E planos para um futuro longínquo? Nem para amanhã faço quando mais :P

Beijinhos

Paula disse...

Fire,

Até na doença as memórias fazem falta porque nos dão alento... e sem alento sem vontade não tens nada.

Beijos meu ghost favorito

Paula disse...

Lu,

Um dia de cada vez... uma vivência intensa...
Esse é o meu lema.

Beijos

Anónimo disse...

Sabes de saudades nem falo que é melhor -____-, vivo o passado...sempre! mas realizo-me no presente...quanto ao futuro é algo que não me tira o sono...


beijo

Álvaro Lins disse...

Até sempre ...é muito tempo:)!
Mas adorei essas memórias!
Bjo

AC disse...

Vivo o dia a dia, momentos, oportunidades, emoções que não perco e agarro sempre que posso. Gosto das minhas recordações é a elas que vou buscar alento quando me sinto triste, desanimada, infeliz, recordo tudo de bom que já vivi, quem amei e quem me amou, os sítios que já visitei, quem fez parte da minha vida e partilhou aventuras ou histórias comigo...as nossas memórias são aquilo que faz de nós aquilo que somos.
Quanto ao futuro, não penso nele, não faço planos a longo prazo, arrisco muito e sinto que posso de um dia para o outro perder quase tudo, por isso não penso nisso.

Pretty in Pink disse...

Eu sou uma pessoa bem mais saudosista, do que "futurista" digamos. Também é-me difícil pensar onde vou estar daqui a 10 anos e a fazer o que...Simplesmente não consigo, com as voltas que a vida dá, acho que não vale a pena prever as coisas com tanta antecedência...Nem um ano quanto mais 10....
Temos é de aproveitar o momento AGORA, porque como tu dizes e muito bem, passa num instante ;)

Beijinho*

Teresa Santos disse...

Querida Utena,

O que gostei das tuas memórias!
Pobre daquele que não as preserva.

Não farão elas parte do nosso crescimento enquanto seres humanos?

Há, há figuras que nos marcam, que nos acompanham vida fora.

Beijinho.

Rafeiro Perfumado disse...

Não me imagino daqui a dez anos, pois é sabido que a 21 de Dezembro KAPUT!

Paula disse...

Gadreel,

Viver o presente sempre e da melhor maneira possível faz com que nos futuro tenhamos as melhores memórias possíveis.

Beijo

Paula disse...

Álvaro,

Até sempre é já daqui a pouco tempo.
Obrigada.

Beijinho

Paula disse...

AC,

És pelo que leio uma mulher extraordinária que sabe o quer e que vive em função disso.
E isso no fundo é o que conta.

Beijos

Paula disse...

Pretty,

Vive-se sempre tão em função do amanhã que nos esquecemos do agora.

Beijos

Paula disse...

Teresa,

São o que eu sou... fazem parte do meu eu.
Infelizes quem as ignora... porque sem passado não pode haver presente.

Beijinhos

Paula disse...

Rafeiro,

Tu não sejas fatalista... senão o melhor é mesmo esquecer a divida à Troika e sair dançando o can-can

Beijos

Me 2.0 disse...

a vida é o que acontece enquanto nós fazemos planos...

Paula disse...

Carrie,

Ora nem mais =)

Beijos Mana