Certas
coisas intrigam-me, outras aborrecem-me… algumas já passaram a fase de me
deixarem irritada. Aliás confesso que hoje em dia pouco coisa me irrita…entrei
naquela etapa do “encolhe os ombros e caga de alto com certas atitudes”.
Fico
contente numa coisa, ainda me magoa certas palavras… não sou capaz de ignorar
tanta gente como gostaria e isso faz de mim…para o bem e para o mal…mais
humana!
Mantenho no
entanto o que decidi no início do ano… mesmo que com isso me tenha assolado desagradáveis
surpresas… algumas esperadas…outras bofetadas na cara de um alerta sonoro que
apenas nos entranha no espirito quando são de tal maneira dolorosas que nos
infecta a alma.
Aprendi
também a começar a ler nas costas dos outros as minhas… não que já não soubesse
mas aquela teoria idiota que tendemos a ter, que com certas pessoas isso não
acontece, são puras historinhas de encantar, que se contam para adormecer
crianças que ainda vêm as amizades e o caracter das pessoas como benevolentes…imutáveis…puros
e fieis.
Mudar o
letreiro da minha vida de “Open 24H” para “estou cá para ti… mas lembra-te que
também preciso” foi sem dúvida um alerta para a verdadeira realidade do que se
passa no mundo hoje em dia… apenas és precioso quando estás disponível a
qualquer hora…por qualquer custo… sem questionar… e quando isso não acontece
seja por que motivo for… és taxada como insensível ou melhor ainda como má
amiga e péssima companheira!
O cinismo
disto tudo nem tem a ver com o facto de ser ou não verdade… todos cometemos
erros de julgamento e de comportamento que nem nos apercebemos… não o problema
é depois o “emprenhanço” pelos ouvidos que existe que te faz classificar uma
qualquer atitude sem confrontar dois lados.
Nunca assumi
nada por aquilo que me dizem… preciso de ouvir…ver e de preferência apalpar
para ter uma opinião sobre algo, mas mais uma vez a dificuldade que temos de
ver os outros como realmente são e não como gostaríamos nos deixa cegos a
sinais e atitudes que tudo dizem desde de que corretamente interpretadas.
E escolhas
na nossa vida são feitas todos os dias… abrir uma porta para alguém entrar têm
e deve ser tão facilitada como escancara-la para que saiam quando não se sentem
bem ou nos deixam incomodados… o que dói é o tempo que investes… os alertas que
ignoraste… as falhas que perdoas-te porque achas que todos têm fases menos boas
que merecem ser ignoradas mesmo quando no fundo de ti algo te grita e te diz
que estás muitas das vezes a ir contra a tua própria essências quando o fazes.
Aceitar isso
é meio caminho andando para passar da fase da mágoa profunda, para e
simplesmente ignorar mais um comportamento errado… mas a verdade também é que
quando o aceitamos tornamo-nos mais frios… mais secos… menos humanos. Porque
queiramos ou não a beleza de o ser está nos erros e nas cabeçadas que damos e
nessa magnifica capacidade de sacudir o pó e tornarmos a seguir em frente
confiantes que da próxima vez será diferente…
Estou na
fase intermédia… confiante q.b. e cínica por natureza (e não confundam cinismo com
má conduta) fechei a porta às sanguessugas que habitam a minha volta e que me
vêm como o porto de abrigo e não como parte integrante de algo maior que tudo…
que tão carinhosamente chamamos de amizade… de amor… de sentimentos loucos de
entrega total.
Vejamos quem
sabe ser por si, capaz de o sentir sem impor… contínuo aqui… a única diferença
é que quem me quiser terá de lutar por mim…seja qual for o sentimento
existente.
Tenho a
impressão que poucos serão os que têm capacidade para o fazer… mas nunca se
sabe se não me surpreendem pela positiva… não seria a primeira vez!
Namasté
14 comentários:
Amiga devo dizer-te que já passei por essa fase, como dizes tão bem " o que dói é o tempo que investes… os alertas que ignoraste… as falhas que perdoas-te porque achas que todos têm fases menos boas que merecem ser ignoradas mesmo quando no fundo de ti algo te grita e te diz que estás muitas das vezes a ir contra a tua própria essências quando o fazes."
Há uns 2 ou 3 anos fiz uma limpeza na minha vida das falsas amizades, do perdoar certas coisas, de passar por cima de outras, como tu sabes. Posso agora ver quem de facto é meu amigo e quem não é, quem deixou de aparecer e quem aparece. Estes últimos são os verdadeiros e tenho o privilégio de te contar entre esses poucos que continuam na minha vida, minha mana linda!
Gosto muito de tu!
bjsss grds,
OlgaM
Olga,
Tivemos a sorte de nos cruzarmos na vida e de passarmos por coisas duras que nos mostrou o que de facto significamos na vida uma da outra.
Agradeço todos os dias o tempo na cripta por isso.
Beijos também adoro tu
Que sejas brindada com entidades dignas de toda a doçura que tens para ofertar.
Beijo
Utena, diria para abreviares, ninguém quer no fundo perceber aquilo que tu já sabes. É cruel sim, mas é o real. E não lamentes, alegra-te da tua lucidez, dá tempo, o teu tempo ao que tem realmente é de valor, e esse chama-se vida, a tua vida, sim, porque só vives uma, assim se julga.
Beijo sabido a querer-se sábio.
Entendo o teu texto de uma forma particular porque tenho feito essa "travessia" nos últimos três anos.
Há quem confunda lucidez com cinismo. O que afirmas não é de uma pessoa cínica.
Beijo
voltarei...um sussurro
Eros,
Sempre doce... sempre atento... tão cavalheiro!
Beijo
Bianca,
A vida não é feita de abreviações mas de intensidade... de momentos... de entrega e de luta.
E eu alegro-me da vida e pela vida... mas mais?
Amo-me o suficiente para me fazer dar valor a mim mesma.
Beijo sabido
Ni,
É daquelas que se fazem sozinhas... e que magoam como o cara...ças.
Beijo lúcido
Sussurar,
Bem vinda.
Fico a espera do teu regresso...
Beijo sussurrado
Tenho uma máxima de vida, só faz falta quem está, e só me interesso por quem se interessa por mim, o tempo de abdicar de tudo, ou até de mim própria a favor de alguém para não ter retorno e me sentir um lixo, já foi tempo, agora não...
Não aceito cobranças, condições, obrigações, prepotência, exigência, sou como sou, e só fica quem quer..deixo a porta sempre aberta, e serve para entrarem ou se quiserem para saírem:)
Como te compreendo!
Beijo enorme
AC,
Identifico-me contigo porque essa é mais umas das características que se nota na tua escrita.
Beijos
O dilema do ser mais humano versus mais frio é algo que me assola... Ser mais humana também implica deixar à superfície da pele as nossas emoções, e por muito que tentem convencer-me do contrário, torna-nos mais frágeis.
Tenho as emoções à superfície, as boas e as más. Queria muito honestamente ser mais fria, qb, encontrar um equilíbrio, certa vez um orientador de estágio disse-me (ele dava-me um nome engraçado) "sabes ... as pessoas mais sensíveis são as melhores pessoas, mas nunca te esqueças, são também as que sofrem mais, e quando acumulares todo esse sofrimento, em prol de não prejudicares os outros, vais libertá-lo, e aí será tipo explosão, atingirás tudo e todos A`tua volta, e depois ainda para mais vais sofrer com isso... Por isso, sê forte e aprende a equilibrar"!
Passei a deixar as minhas emoções à flor da pele para os mais próximos e para aqueles que atingiam níveis de confiança superiores, mas mesmo essas pessoas, conseguem arranjar maneira de nos magoar de forma gratuita e de modo evitável. Às vezes é inevitável magoarem-nos bem sei, mas quando é evitável... É cruel, sobretudo porque são pessoas a quem deixei livres as minhas emoções à flor da pele, as minhas sensibilidades maiores. Penso que com o tempo isso vai tornar-me mais seca e desconfiada, mas talvez sofra menos...
Desculpa o desafo, mas este teu texto puxou-o bem cá de dentro Ruivinha
Catarina,
Aqui no meu cantinho estás a vontade até porque me dá orgulho ver que os meus textos puxam sentimentos!
Não precisas de te sentir mais fria ou mais seca o que acontece e aí falo por experiência é que aprendes a proteger-te e a abrir apenas a quem demonstra que o merece!
Beijo Pandinha
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