Li, não sei bem onde, que a maior solidão que existe é aquela que sentimos quando estamos rodeadas por pessoas... e mesmo quando estamos por quem nos ama, a verdade é que nessas alturas elas não chegam até nós... não porque não queremos... apenas porque não conseguimos esticar os dedos o suficiente para as agarrar.
Ando cansada de testes, de partidas de um qualquer destino louco que por uma razão qualquer, que me é desconhecida resolveu marrar comigo.
Gostava de ser daquelas pessoas que não querem saber, que levam a vida ao segundo, gerindo na altura com o que tem... com um desprendimento que me faz uma inveja desgraçada.
Não consigo viver a vida assim, eu sou planeadora, organizadora.... certa demais com as regras que imponho a mim mesma.
Serei dura em demasia comigo? Provavelmente mas a verdade é que quando temos os parâmetros elevados para os outros, os nossos deverão ser o triplo, eu pelo menos penso assim...
Mas a verdade é que ser o porto de abrigo para todo o mundo me anda a deixar exausta demais... frágil demais... e a ironia disto tudo? É saber que terei inevitavelmente de manter as forças dia após dia!
Mas ando cansada de manter o sorriso, de segurar a mão de quem me procura, de enxugar as lágrimas de quem as deixa cair, com a certeza que no dia que isso acontecer comigo dificilmente encontrarei forças para as fazer parar de cair.
A injustiça do mundo não está no que é certo ou errado, mas no sentido de saber que terei de me manter sempre forte e segura quando por dentro me sinto a partir em 1000 bocadinhos!
Detesto sentir-me assim, descrente de tudo.... faz-me sentir enganada mesmo quando o enganador sou apenas eu!
Mas as palavras inevitavelmente, mesmo aquelas que sussurramos a nós mesmos. acabam por se tornar vazias de sentimentos quando se tornam apenas... palavras.
E ultimamente é o que sinto...
Mesmo quando nos deparamos por um passado que julgamos enterrados... que nos adentra sem aviso e nos deixa atónitas e perplexas... mesmo quando nessa altura nos apetece um abraço e na realidade o que colocamos é um muro intransponível que consegue ser sentido por quem perto de nós está... tenho de me manter na minha, insensível ao que quero, ciente de onde quero ir...
Porque no fundo o que realmente me anda a deixar cansada é a luta inglória das palavras se terem tornado apenas palavras...
E anda a fazer-me falta demais as que se tornavam em acções!
Por isso hoje queria apenas isolar-me do que sou, tornar-me um qualquer estranho numa sociedade que de tão descrente se tornou real....
Namasté
8 comentários:
AS coisas são como são...e acontecem quando tem de acontecer. Por vezes temos de baixar a guarda um pouco, isto não significa atirar a toalha ao chão, mas simplesmente baixar a guarda...ninguem é invencível, e isso aplica-se a tudo. Não podes ser sempre o porto de abrigo, por vezes tens de ser o barco, e deves ser o barco. A vida é um mar, onde cada um de nós é um barco que vai atracando em portos de abrigo (amigos, familia, cão...), Tu não podes ser sempre o porto...deixa-te navegar por uns dias, e atraca no porto que mais te convém e gostas...dá-te a esse luxo por uns minutos, horas...sem pensares no que vai acontecer...porque o que vai acontecer, está destinado a acontecer quando tem de ser...nem antes nem depois, mas sim quando for a altura certa. Quando é a altura certa? É quando tem de ser. É essa a beleza da vida. Vive...navega, abusa deste teu porto de abrigo, mas dá-te a esse luxo, de seres tu o barco e não o porto...nem que seja por uns dias!
Dom,
Era bom puder ser assim não era? Mas tu conheces-me mais do que a maioria das pessoas... sabes que certos luxos não podem ser para mim, porque existe quem nasceu para navegar e quem nasceu para servir de porto!
Eu sou das que ajuda a dar o nó que seguro o navio ao ancoradouro!
Somos o que somos...
Um dia mau as vezes faz com que desabafar nos faça manter o foco
"ser o porto de abrigo para todo o mundo".... acho que deve ser defeito de signo!!!
Como entendo estas tuas palavras!
Baixar a guarda como diz o teu menino nem sempre se consegue quando sabemos que temos de segurar o rojão para não cairmos. Às vezes, permito-me ficar no chão, sem ninguém para me erguer, alivia a alma, ao mesmo tempo que a comprime!
Minha ruiva, deixo um beijo enorme, um abraço grande, grande!
:***
Sil,
Tu entendes-me mesmo nunca tendo estado cara a cara comigo.
Obrigada minha sereia... de coração minha amiga!
Acredita que entendo mesmo!
E acredita que sou tua amiga, mesmo sem ter olhado ainda nos teus olhos!
:))
Beijo
Bom descanso!
Por vezes cansamo-nos de não ser "nada" e ser tantas coisas para tantas pessoas.
No entanto, somos sempre nós com os nossos dilemas.
Bjo
Sil,
Não tenho dúvidas.
Beijo
Adriano,
Somos sempre nós, embora muitas vezes preferíssemos não o ser.
Beijo
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