quinta-feira, 2 de junho de 2011

Não seria tão bom?

 
Gostava de ter uma bola de cristal… eu tenho aliás uma de quartzo cristal que a minha mãe me ofereceu com um “arco-íris” capturado no seu interior aquando da formação da pedra cristalina que uso quando tenho comigo mesma algumas conversas mais sérias, mas o que eu gostava mesmo era de ter uma que me desse respostas exactas e concretas de duvidas que me assolam… os “cortes e costura” que as vezes tenho até que me dissesse ou me explicasse como se fosse muito burra as mudanças de humor e de atitude das pessoas com quem privo mais ou menos no meu dia-a-dia!
Sim ok concordo até que o mais provável era eu ter a bola no meu quarto entre as minhas coisas… num lugar de destaque… rodeada por boas energias… e consultar uma vez de 10 em 10 anos… já me conheço embora não me lembre apenas de Santa Barbara quando troveja tenho a estúpida tendência para achar que as coisas e as pessoas são como eu gostaria que fossem e não como na realidade o são…
Olha ai poderia dar um duplo sentido à bola, como se tratasse de um 2 em 1… Imaginem o slogan:
“Queres saber o que realmente acontece a tua volta e o que por ventura estará para vir no teu futuro? Leva esta bola de cristal… Tens a bola e não a usas? Continuas a acreditar que as pessoas são boas e que estão para ti como tu estás para elas? Dá com a bola nos c@rnos e pode ser que te passe!”
Eu ficava convencida… e o mais provável era usar no segundo caso! Pelo menos até começar a fazer parte dos turnos dos hospitais e finalmente meter na cabeça que nem tudo o que reluz é ouro… tal como nem tudo o que é castanho é merda! (a segunda parte inventei eu).
Mas pensem lá comigo uma bola de cristal dá um jeitão uma espécie de olho no futuro… de previsão dos próximos capítulos…
Não se poderia alterar o futuro… poderíamos não ter na mão o guião completo… nem o contexto onde a cena se iria passar mas pelo menos sabíamos eventualmente o que iria acontecer e assim estaríamos preparados com algum tempo de antecedência tal qual teste escrito de fim de curso e não nos sentíamos apanhados em falta quando o Prof. nos diz arrumem os livros temos exame surpresa (o que eu adorava quando me faziam essa bosta) …
A verdade é que mesmo quem têm costela de bruxa (podem recolher já os fatos da inquisição porque eu posso ser ruiva e ter sinais… e ter a costela mas defendo-me bem e não me apanham assim com três pancadas), quem tem percepções, indicações, sugestões… pequenos sussurros no ouvido que me fazem sentir apática com a sensação de estar a viver debaixo de água a um ritmo e num ambiente diferente do normal… que sei que algo vêm por aí teria uma óptima ajuda saber se era bom ou mau… comigo ou com quem amo… negócios ou amor! Prazer ou sexo… porque o custa mesmo é esta incerteza que me deixa com a sensação de formigueiro debaixo da pele!
Depois passo o tempo com aquela sensação de alerta… a pensar talvez seja o tempo… ou o facto de não ter dormido… ou me apetecer couratos com chocolate… talvez…talvez…
Enquanto sei com a certeza da alma que se talvez eu deixasse de tentar florir tudo, as coisas viessem de uma forma mais tranquila e se resolvessem de uma forma mais calma…
A verdade é que existem sempre formas diferentes de ver o que chega… a lei do copo meio cheio ou meio vazio aplica-se em tudo!
E no meio destes meus estados intermitentes que antecedem mudanças posso dizer que boas coisas se formaram e me envolveram sempre:
  • No meio da tempestade que se imiscuiu na minha vida pessoal criei laços com a minha mãe que ultrapassam a da barreira do parentesco… da amizade e até do amor
  • No meio da minha batalha profissional enquanto me preparava para a minha inserção no sonho recebi no meu coração uma colega… uma amiga… uma confidente! Uma companheira de pepperoni e cafés… de loucuras e gargalhadas que se tornou uma irmã… uma chama quentinha! (Depois pagas Ken Lee)
  • No meio do meu turbulento passeio emocional descobri que sou muito eu e que quem quer ficar do meu lado ou me ama e me respeita ou “baza!”

Mas mesmo assim gostava de ter uma bola de cristal… daquelas que límpidas… frescas… que nos dizem o que vai acontecer… que nos alertam para o que vêm! Mesmo que no fim de a ouvir a mais provável coisa que iria acontecer era eu encolher os ombros e dizer…
“Lá está esta coisa a exagerar!”

6 comentários:

Anónimo disse...

pois é, uma bola de cristal poderia dar muito jeito... pelo menos para nos avisar das facadas nas costas e das chapadas na cara que levamos de quem não esperamos.... mas é assim a natureza humana, também eu tendo sempre a acreditar na bondade das pessoas...
e nem sempre ouvimos aquele sussurro que nos diz que algo vai acontecer....o bom é que há aquelas pessoas, como tu, que mesmo que me aconteça algo de menos bom, sei que tenho um amparo, um ombro amigo que surgiu no meio do lodaçal que é aquela cripta do inferno, lol!
Obrigada pelos momentos peperonicos, que venham muitos muitos outros.
bjsssss,
Olga M.

Paula disse...

Olga,
O nosso tempo na cripta teve os seus momentos de glória... a verdade é que mesmo no meio tenebroso do Conde Dracula (e suas indecisões gay) rimos muito... sofremos muito... vivemos muito!
Seja como for saber que o que dizes que te dou tenho a certeza ter de retorno demonstra que mesmo no meio dos corcodilos existe sempre uma graça que nos salva e alegre (agora deu-me para a graçinha =))
Beijos...
BTW estou desejosa do nosso reencontro!

Pink Poison disse...

Se queres mesmo, eu digo-te onde podes comprar...

M. disse...

Como exercício de escrita...Aceito:) Bom como sempre.

Mas não te desejaria nunca essa bola de cristal. Seria um inferno. Uma data marcada no calendário para te enforcares...


:)

Tu sabes:)

Paula disse...

Pink,
Sabes?
Diz-me então a morada...
Bjo

Paula disse...

M.
Sim é verdade que a vida perdia a graça a surpresa mas era tão mais facil de ser vivida...
E sim eu sei... são fases deixa-me extrapolar.

=)